Justiça determina aplicação de multa caso Bradesco de feche as agências na Bahia
O Tribunal de Justiça da
Bahia (TJ-BA) atendeu ao pedido da Prefeitura de Caldeirão Grande, na região
centro-norte do estado, e proibiu o Bradesco de fechar o único banco da cidade.
A decisão provisória foi proferida no domingo (2) e estabelece multa de R$ 50
mil por dia em caso de descumprimento. O Bradesco pode recorrer da
determinação.
A resposta do Poder
Judiciário veio duas semanas após a Procuradoria Municipal de Caldeirão Grande
ingressar com ação civil pública contra a instituição financeira. A prefeitura
defende que o fim das atividades do único banco no município vai prejudicar os
moradores e o comércio local. A cidade entrou na lista das cidades baianas que
tentam reverter o fechamento de agências no interior do estado.
No caso de Caldeirão
Grande, trata-se de um posto de atendimento com capacidade inferior a de uma
agência, que fica localizado na Praça Edgar Pereira, no Centro da cidade. Na
decisão, a juíza Iasmin Leão Barouh determinou que o Bradesco mantenha a unidade
em funcionamento integral, com todos os serviços e equipe, até decisão final do
processo ou até a aprovação judicial de um plano de contingência que garanta o
atendimento da população.
A magistrada também
determinou que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) acompanhe o caso e que uma
audiência de conciliação seja marcada. O Bradesco foi procurado pela
reportagem, mas não se manifestou sobre a decisão judicial até o fechamento
desta edição. A juíza pondera ainda que a população idosa do interior enfrenta
dificuldades para acessar serviços digitais.
“Grande parte do público
atendido na agência diz respeito a pessoas idosas e, em sua maioria, humildes e
sem acesso a internet banking. São aposentados que necessitariam acessar a rede
bancária e que, normalmente, só realizam transações dentro das agências.
Desconsiderar essa realidade ao retirar o único ponto de atendimento presencial
completo é condenar parte significativa da população à margem do sistema
financeiro, violando direitos fundamentais e aprofundando desigualdades
sociais”, pontua a decisão, a qual o CORREIO teve acesso.
Entre os correntistas do
banco também estão 1,3 mil servidores municipais que têm as folhas de pagamento
geridas pelo Bradesco. O procurador do município, Rafael Guirra, que já havia
afirmado ao CORREIO que a empresa não comunicou o fechamento oficialmente à
prefeitura, celebrou a decisão.
