MPBA denuncia líder de grupo criminoso de tráfico interestadual de drogas
Outras duas pessoas foram
denunciadas como resultado da operação “Carga Oculta”
O Ministério Público do
Estado da Bahia (MPBA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Poções,
ofereceu hoje, dia 1º de setembro, denúncia contra Jerônimo João da Silva,
Patrícia Maria da Silva e Kleber Wilson Izola pelos crimes de tráfico e
associação para o tráfico de entorpecentes. Segundo a denúncia, Jerônimo João
da Silva exercia papel de liderança operacional na estrutura criminosa,
utilizando a empresa da família como fachada para o transporte sistemático de
drogas. Sua filha, Patrícia Maria da Silva, era responsável pela filial de
Recife, em Pernambuco, onde monitorava a chegada das cargas ilícitas e
providenciava sua retirada. Já Kleber Wilson Izola desempenhava função
estratégica na logística, coordenando veículos, funcionários e participando de
decisões voltadas à ocultação de provas.
Na peça acusatória, o MPBA
requereu a decretação da prisão preventiva de Jerônimo João da Silva, medida
justificada pela gravidade dos fatos, pelo risco de fuga e pela possibilidade
de continuidade das atividades ilícitas. O pedido também se apoia em antecedentes
criminais do acusado e em provas de condutas destinadas a obstruir a
investigação. O Ministério Público solicitou ainda que, em caso de condenação,
seja fixado valor mínimo de indenização por danos morais coletivos, com
destinação ao Fundo de Defesa dos Direitos Fundamentais do MPBA (FDDF).
Operação “Carga Oculta”
A Operação Carga Oculta,
que deu origem à denúncia, foi deflagrada pela Polícia Federal após a apreensão
de aproximadamente cinco toneladas de entorpecentes em fiscalização de rotina
da Polícia Rodoviária Federal, no dia 23 de junho de 2025, na BR-116, município
de Poções, sudoeste baiano. As investigações revelaram uma sofisticada
organização criminosa dedicada ao tráfico interestadual, que utilizava a
empresa Nader Transportes e Logística como fachada. O esquema operava com
remessas regulares entre os estados de São Paulo e Pernambuco, valendo-se de
estratégias avançadas de camuflagem, dispositivos de rastreamento e estrutura
empresarial aparentemente legal.
Durante a abordagem, foram
encontrados cerca de 4,8 toneladas de maconha e 11 kg de haxixe, acondicionados
em caixas com a inscrição “Caruaru”. O material, avaliado em aproximadamente R$
9,8 milhões no mercado varejista, foi detectado pelo cão farejador da Companhia
Independente de Policiamento Especializado do Sudoeste (Cipe Sudoeste) e
confirmado por laudos da Polícia Federal. A operação também identificou três
dispositivos de rastreamento ocultos na carga, sinalizando o alto grau de
profissionalismo da quadrilha. Ao longo da investigação, documentos, extratos
bancários, perícias em aparelhos eletrônicos e interceptações telefônicas
confirmaram a atuação dos denunciados em diferentes frentes do esquema,
incluindo tentativas de obstrução da Justiça e indícios de práticas de lavagem
de dinheiro.
