Reestruturação do TCM-BA pode ser votado nesta terça na Assembleia
A Assembleia Legislativa
da Bahia pode votar hoje, 26 de setembro, o Projeto de Lei nº 25.635/2024,
enviado pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA). Esta proposta visa
reestruturar o órgão, mas enfrenta forte resistência de sindicatos devido a algumas
mudanças polêmicas, especialmente a criação da Retribuição por Tempo de Serviço
(RTS).
O artigo 16 do projeto
incorpora o art. 19-B à Lei Estadual nº 13.205/2014. Essa modificação prevê que
ocupantes de cargos em comissão, conhecidos como “alienígenas”, tenham direito
a receber um salário por ano trabalhado em caso de exoneração. Esse pagamento é
limitado a 15 anos de serviço. As entidades que representam os trabalhadores
criticam essa medida, alertando que um servidor demitido poderia acumular até
15 salários.
Com salário médio superior
a R$ 23 mil e considerando os 152 comissionados externos no TCM, o impacto
financeiro estimado poderia chegar a R$ 53,2 milhões, caso todos fossem
dispensados ao mesmo tempo. O tribunal possui 471 cargos, sendo 245 efetivos e
226 comissionados. Desses, 74 são servidores de carreira e 152 são
“alienígenas”, um número maior do que o registrado no Tribunal de Contas do
Estado (TCE).
O Sindicato dos Servidores
do Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios da Bahia (Sindcontas)
expressou suas objeções ao projeto. A entidade destacou dois pontos principais:
a equiparação salarial entre auditores do TCM e juízes de direito da entrância
mais elevada, mencionada no artigo 4º, e a criação da RTS exclusivamente para
comissionados externos, no artigo 16.
O Sindcontas argumentou
que concessões semelhantes de gratificação já foram consideradas inadequadas
anteriormente. Eles se referiram ao Termo de Ocorrência do processo nº
30.799/12, que envolveu as contas da Câmara de Salvador. Nessa ocasião, o TCM
reconheceu a irregularidade do benefício.
Além disso, o sindicato
afirmou que, apesar de alguns avanços administrativos no projeto, a equiparação
salarial dos auditores aos magistrados e a RTS para comissionados “alienígenas”
infringem princípios da Administração Pública e comprometem a eficácia do
controle externo. Eles estão em diálogo com deputados estaduais para tentar
impedir a aprovação dessas propostas consideradas inconstitucionais.
