Governador Jerônimo Rodrigues entrega Medalhas da Ordem 2 de Julho em cerimônia no MAC Bahia, nesta quinta (31)
Símbolo máximo de
reconhecimento a quem atua em defesa da liberdade e dos direitos do povo
baiano, a entrega de medalhas da Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia foi
realizada pelo governador Jerônimo Rodrigues, na noite desta quinta-feira (31),
durante cerimônia no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC Bahia), em
Salvador. Personalidades e instituições foram agraciadas com a condecoração.
“É uma honra celebrar a
história do nosso povo reconhecendo aqueles e aquelas que, com coragem,
dedicação e compromisso, continuam a lutar por liberdade, democracia e justiça
social. A Ordem 2 de Julho carrega um simbolismo profundo da resistência baiana
e da construção do nosso país”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues, que
esteve acompanhado pela primeira-dama, Tatiana Velloso.
A honraria remonta à
memória da luta pela Independência da Bahia, consolidada em 2 de julho de 1823,
quando as tropas brasileiras venceram os portugueses e garantiram a separação
definitiva do Brasil do domínio colonial. A primeira condecoração da Ordem foi
entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
Instituída pela Lei
11.902, de 20 de abril de 2010, a Ordem 2 de Julho é dividida em três graus:
Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro. A entrega das medalhas integra a programação
comemorativa pelos 202 anos da Independência do Brasil na Bahia, celebrada no último
dia 2 de julho.
Dentre os contemplados com
a honraria de Comendador neste ano, está o jornalista e ex-deputado federal
Emiliano José, que tem uma trajetória ligada ao combate à Ditadura Militar. “É
uma homenagem que me toca o coração pela grandiosidade do seu significado.
Agradeço profundamente ao povo da Bahia, que me acolheu, lugar onde cheguei
clandestino, vindo de São Paulo e lutando contra a ditadura no ano de 1970,
quando fui preso. Passei quatro anos na prisão e continuei a luta. Estou
aqui, com os mesmos sonhos, os mesmos ideais de luta pela liberdade, pela
democracia e pelo socialismo”, disse emocionado.
O cantor Adelmário Coelho,
grande divulgador da cultura nordestina foi um dos homenageados. “Como baiano,
me sinto prestigiado, honrado com essa medalha pela representatividade, pelo
alcance, pelo valor simbólico que ela tem. São 31 anos na militância pela
cultura popular nordestina do forró, levando para todos os cantos do país, e
fora do Brasil. Então me sinto assim muito feliz e agraciado ao governo do
estado por me fazer essa deferencia mesmo com a medalha tão importante”, disse
o cantor.
Carregando a honraria de
Cavaleira, a educadora, política e defensora dos direitos das mulheres e da
educação desde a Constituinte, Amabília Almeida relatou as suas principais
conquistas. “Fui presidente da primeira Associação Feminina da Bahia, que lutava
já naquela época pela defesa da paz, da prosperidade; lutei muito em defesa dos
direitos dos professores, uma categoria dominada exclusivamente por mulheres;
fui vereadora de Salvador, defendendo a luta em defesa dos direitos da mulher e
da educação para todos, laica, gratuita”, contou a homenageada que foi também
deputada Constituinte, a única mulher dentre 63 homens; e relatora na
Constituinte do capítulo da educação, ciência e tecnologia. Amabília disse
ainda ter criado um capítulo específico sobre os direitos das mulheres.
A medalha também foi
entregue à Rádio Sociedade, primeira da Bahia, referência em jornalismo e
programação popular há mais de 100 anos. O diretor executivo, Francisco Costa,
falou sobre a importância desse destaque. “São 101 anos dessa rádio que já fez
parte da história de tantas pessoas e hoje, tem a inovação como ponto
fundamental. Uma jovem senhora que agora é digital também. É com muita alegria
que pudemos trazer isso para as pessoas que tanto ouvem, como assistem. Temos
procurado sempre trabalhar com essa filosofia de credibilidade e esse é o DNA
carregado ao longo de todos esses anos”, destacou.
Confira a lista dos demais
homenageados:
COMENDADOR/A:
Bule Bule (Antônio Ribeiro da Conceição) – Cantor e compositor, referência na
cultura popular e nas tradições musicais do Recôncavo Baiano.
Ilê Axé Opô Afonjá -
também conhecido como Casa de Xangô, é um terreiro de candomblé localizado em
Salvador, considerado patrimônio nacional, que foi comandado pela líder
religiosa, escritora e defensora da cultura afro-brasileira, Mãe Stella de
Oxóssi.
Ricardo Alban – Engenheiro
e empresário, atual presidente da CNI e ex-presidente da FIEB, com forte
atuação na indústria nacional.
Edvaldo Brito – Jurista e
professor emérito da UFBA, com destaque na elaboração do novo Código Civil e na
produção acadêmica.
Mário Kertész –
Comunicador de destaque, com trajetória marcante no rádio, na TV e na política
baiana.
Daniela Mercury – Cantora
e produtora, ícone do Axé e ativista pelos direitos humanos e pela cultura
afro-brasileira.
Maria Bethânia – Cantora
com mais de 50 álbuns, símbolo da cultura baiana e das tradições do Recôncavo.
CAVALEIRO/A
Raimundo Paraná Ferreira Filho – Médico e professor da UFBA, especialista em
hepatologia, com relevante produção científica.
Mãe Juvani do Kaonge –
Líder quilombola e religiosa, fundadora de escola tradicional no quilombo
Kaonge, em Cachoeira (BA).
Marli Aparecida Carrara –
Educadora e militante por moradia digna, com atuação voltada à população em
vulnerabilidade.
José Medrado – Líder
espírita, mestre em família, fundador da Cidade da Luz e referência em
espiritualidade e ação social.
Dom Itamar Navildo Vian –
Primeiro arcebispo de Feira de Santana, defensor da justiça social e da
formação comunitária.
Comandante Eudélio Carlos
Dourado – Oficial da Polícia Militar da Bahia, destaque na aviação policial e
na Casa Militar do Governador.
Apóstolo Ivan Pitzer –
Líder da Primeira Igreja Batista do Brasil em Salvador, com atuação espiritual
desde 1979.
