Presidente do Senado Alcolumbre lê requerimento que cria CPMI sobre fraudes no INSS

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre
(União-AP), leu, nesta terça-feira (17), o requerimento para
instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) sobre as
fraudes nos descontos de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS).
A leitura foi feita durante sessão do Congresso Nacional para votar
vetos presidenciais e outros projetos. Alcolumbre leu o requerimento no
fim da sessão, após ser questionado por parlamentares da oposição, e após o
Congresso Nacional aprovar a criação do cargo de líder da Oposição no Congresso
Nacional, com as mesmas prerrogativas da liderança do Governo.
“Cabe a esta presidência a condução e organização da pauta, observando a
ordem dos trabalhos, a leitura será no final da sessão”, disse o senador.
A CPMI deve ser formada por 15 deputados e 15 senadores titulares e terá
o mesmo número de suplentes. O prazo previsto para os trabalhos é de 180 dias.
Caberá aos líderes partidários e dos blocos indicar os integrantes de
acordo com a proporcionalidade, que ainda será encaminhada às lideranças de
cada uma das casas legislativas.
O requerimento foi apresentado no dia 13 de maio pela senadora Damares
Alves (Republicanos-DF) e pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT).
Cobranças
Desde ontem (16), os aposentados e pensionistas que questionaram a
cobrança de mensalidades associativas em seus benefícios previdenciários podem verificar, presencialmente, nas agências
dos Correios, as respostas das associações e sindicatos que receberam os
valores descontados com autorização do INSS.
O atendimento presencial é uma alternativa para os beneficiários do
Regime Geral da Previdência Social que já contestaram os descontos e que não
conseguirem ou quiserem usar o aplicativo Meu INSS, no qual as respostas das
entidades acusadas de promover descontos não autorizados começaram a ser
disponibilizados no último dia 9.
As justificativas das associações e sindicatos estão sendo liberadas aos
poucos, já que estes têm 15 dias úteis para responder a cada uma das
contestações repassadas pelo INSS.
Se a entidade não entregar ao INSS documentos que comprovem que o
aposentado ou pensionista se filiou e autorizou o desconto da mensalidade
associativa em seu benefício previdenciário, o instituto iniciará processo de
cobrança para que a entidade devolva os valores descontados ilegalmente à
pessoa prejudicada. Em tais casos, o reclamante não precisa fazer nada além de
acompanhar o andamento do pedido de esclarecimento/ressarcimento pelo
aplicativo Meu INSS, ou pela Central 135.
Na semana passada, durante audiência conjunta das comissões de Defesa
dos Direitos da Pessoa Idosa e da Previdência, Assistência Social, Infância,
Adolescência e Família na Câmara dos Deputados, o ministro da Previdência
Social, Wolney Queiroz, disse que ainda não tem o número final dos descontos indevidos feitos
por entidades associativas nos pagamentos a aposentados e pensionistas do INSS,
mas que estima que o valor fique entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões.
“Eu acredito que seja algo em torno entre R$ 2 bilhões a 3 bilhões
de reais. Seis bilhões de reais seria se todas as pessoas tivessem sido
descontadas durante o período máximo do prazo prescricional de cinco anos e
todas elas tivessem descontos não autorizados”, afirmou o ministro. Ele
acrescentou que o número exato só será conhecido após o término dos
atendimentos aos aposentados e pensionistas, pelo aplicativo Meu INSS, pelas
agências do INSS e pelos Correios.