41º Encontro Econômico entre países Brasil e Alemanha

O avanço das relações
comerciais entre Brasil e Alemanha tem como cenário, este ano, a Bahia. Durante
o 41º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), realizado em Salvador, nesta
segunda-feira (16), no Senai-Cimatec, representantes do setor produtivo, governos
e entidades empresariais dos dois países discutiram caminhos para fortalecer o
comércio bilateral e impulsionar desenvolvimento econômico na relação do Brasil
com a Alemanha. O governador Jerônimo Rodrigues destacou o momento como um
marco na relação entre o Mercosul e a União Europeia.
“Nós precisaremos
construir as etapas que cabem na relação bilateral entre o Brasil e a Alemanha.
Espero que a gente possa sair com agendas bastante afinadas, que o documento
desse encontro possa sair como encaminhamento. Tanto Alban, quanto o ministro Rui
Costa, acenam para um grupo de trabalho mais cuidadoso. A expectativa nossa é
de total colaboração entre os dois países”, sinalizou o chefe do executivo
baiano.
O evento acontece até esta
terça-feira (17) e reúne autoridades como o ministro da Casa Civil, Rui Costa,
o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, o secretário estadual de
Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, e representantes da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), como o presidente Carlos Henrique Passos.
No centro das discussões estão temas como inovação, sustentabilidade, energia
renovável e reindustrialização.
Para o ministro da Casa
Civil, Rui Costa, boas relações internacionais reposicionam o Brasil como
exportador no mercado global que, na avaliação dele, tem sido cada vez mais
competitivo e voltado para a transição energética e a sustentabilidade.
“Com as diversas cadeias
produtivas, na agricultura, por exemplo, nos programas [federais] que são
carro-chefe para a transição energética, dando condições muito favoráveis, além
das que o Brasil já possui, pois o Brasil tem uma vantagem competitiva enorme
quando se fala de geração de energia limpa”, disse o ministro.
Segundo o titular da SDE,
Angelo Almeida, a realização do encontro em Salvador simboliza a disposição da
Bahia de integração às cadeias globais de valor. “A Alemanha lidera
mundialmente o processo da transição energética justa, com uma economia
sustentável, discutindo a descarbonização das indústrias, a inovação. Então,
estamos buscando fortalecer isso na Bahia, com modelos de negócios
sustentáveis, observando oportunidades de desenvolvimento econômico. Toda essa
dimensão que a gente já percebe no setor produtivo da Alemanha e isso nos anima
muito. É um sinal de que estamos caminhando do lado certo da história”,
comentou o secretário da pasta.
Desenvolvimento
Pautas como a ratificação
do Acordo Mercosul-União Europeia e a criação de um novo tratado para evitar a
dupla tributação entre Brasil e Alemanha são apontadas como prioridades. A
Confederação Nacional da Indústria (CNI) também apresentou propostas para destravar
barreiras comerciais e atrair investimentos, com foco na ampliação das
exportações brasileiras.
Entre os setores com maior
potencial de expansão estão a produção de hidrogênio verde, os biocombustíveis
e a industrialização de minerais com valor agregado. Presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban apontou que o Brasil tem uma das
maiores reservas de terras raras do planeta, fator que adiciona valor na busca
global por sustentabilidade.
“Já é público que uma das
maiores reservas de terras raras do mundo está no Brasil e nós ainda temos
tecnologia. Essa combinação é muito interessante para que possamos atender a
grande questão que tem na Europa, que é a energia, principalmente energia verde.
No Brasil sobra energia. Eu acho que isso é a grande diferença hoje para o
mundo”.
Além das negociações
institucionais, o encontro conta com uma rodada internacional de negócios
promovida pela ApexBrasil, com a participação de mais de 60 empresas
brasileiras e compradores da Alemanha. Os setores representados vão de
alimentos e bebidas à indústria farmacêutica e de mineração. O encontro é
realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), junto a Federação das
Indústrias Alemãs (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).