Milho: cereal cada vez mais presente na mesa dos brasileiros

Segunda maior cultura
agrícola do Brasil, o milho é um alimento versátil e benéfico à saúde humana,
com vasta utilização pela indústria e importante produto de exportação
Base de várias receitas
tradicionais em quase todo o Brasil, o milho é um alimento nutritivo e
versátil, que pode ser preparado de diversas formas. Além de ser uma das
principais fontes de alimento do brasileiro, o milho tem importância
estratégica nas exportações do agronegócio e representa a segunda maior cultura
na produção agrícola no país.
O milho é fonte de energia
e nutrientes essenciais para a saúde humana. Rico em vitaminas (A, B1, B3),
fibras e minerais (cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio), o cereal
fortalece o sistema imunológico, melhora o funcionamento intestinal e ajuda a prevenir
doenças, como reumatismo. Além disso, é fonte de carboidratos, sem glúten, é
uma alternativa energética para pessoas com diabetes.
Professora de nutrição da
Estácio, Júlia Paiva explica que o milho apresenta carotenóides ligados à
prevenção de algumas doenças degenerativas da visão, como a zeaxantina e a
luteína, que estimulam o sistema imunológico e agem como antioxidantes. Ainda conforme
a professora, as fibras resultantes do processamento do milho por meio da
moagem também trazem benefícios à saúde, ao influenciar o perfil das
lipoproteínas (conjunto de proteínas e lipídios que ajudam o transporte da
gordura pelo plasma) e nos níveis de colesterol sanguíneo.
“O milho é, literalmente,
um prato cheio para a indústria de alimentos. O óleo é utilizado na formulação
de margarinas, maioneses e molhos; o farelo serve para ração animal (de porcos,
frangos e bois), e a farinha, o amido, a glicose, o fubá e o creme obtidos
desse grão têm diversas utilidades”, diz.
O xarope de milho, por
exemplo, é amplamente usado na confeitaria como adoçante. Está presente em
balas de goma, chicletes, biscoitos, sorvetes, geleias e frutas cristalizadas,
além de sopas desidratadas, hambúrgueres, salsichas, salames e mortadelas. No
caso do hambúrguer, o açúcar evita o encolhimento da carne durante a fritura,
enquanto nos embutidos, colabora para fixar a cor e dar liga. Além disso,
afirma a Júlia Paiva, o milho faz parte dos cereais não maltados presentes em
muitas cervejas. “Outro de seus subprodutos, o corante caramelo, integra a
composição de cervejas e mais bebidas alcoólicas, refrigerantes, chás,
achocolatados em pó, molhos e caldas”, esclarece.
Clima e mercado
Atualmente o Brasil é o
terceiro maior produtor mundial de milho, atrás somente dos Estados Unidos
(348,75 milhões de toneladas) e da China (277,20 milhões de toneladas). A
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de milho de
122,76 milhões de toneladas para a safra 2024/2025, número 6,1% maior na
comparação com a última safra. A área plantada deve alcançar 21,14 milhões de
hectares, aumento de 0,4% em relação ao ciclo anterior. Ou seja, há uma maior
produtividade estimada a caminho em relação à última colheita.
A safra de milho 2024/2025
teve um início promissor, com clima favorável, mas enfrenta desafios como
pragas e risco de geada. As chuvas regulares e temperaturas amenas favoreceram
o desenvolvimento da cultura no final de 2024 e início de 2025. Assim, a produtividade
foi beneficiada, mas a diminuição das chuvas após o mês de março traz certa
preocupação para o fim do plantio do milho.
Os produtores também lidam
com lavouras tardias que enfrentam alta incidência de pragas como
lagarta-do-cartucho e cigarrinha-do-milho, além de excesso de umidade em
algumas áreas. As exportações de milho em 2024 atingiram 39,75 milhões de
toneladas, uma queda de 29,84% em relação a 2023. Por outro lado, a demanda
interna por milho está aumentando, especialmente para produção de etanol e
proteína animal, sendo o principal componente da ração para aves, suínos e
bovinos.