CGU aponta que esquema de desvios na Saúde de Salvador gerou um prejuízo de R$ 46 milhões

Conforme investigações da
Controladoria-Geral da União (CGU) indicam um uma ocorrência sub faturamento no
contrato assinado entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Instituto
Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), com prejuízo estimado em mais de R$ 46
milhões.
As documentações apontam
para faturamento em duplicidade no pagamento dos serviços prestados ocorridos
entres os períodos de outubro de 2013 e setembro de 2020.
As irregularidades no
contrato entre a SMS e o INTS foram o pontapé inicial para a operação Dia Zero,
deflagada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), que teve
com 10 pessoas e 11 empresas. A operação cumpriu cerca de 25 mandados de busca
e apreensão na Bahia e em Maceió. De acordo com a operação, é possível que o
contrato tenha sido firmado com o objetivo de desviar valores ao INTS.
A CGU afirmou que a
suposta fraude licitatória tinha como objetivo limitar a competitividade do
certame e beneficiar o instituto. Além disso, as investigações indicam que o
INTS contratou uma empresa terceira para realizar os serviços contratados pela
Secretaria Municipal de Saúde, o que era proibido pelo edital de licitação.
A empresa contratada seria
uma peça fundamental em um esquema de lavagem de dinheiro que rendia milhões à
INTS, sem que a prestação de serviço fosse comprovada.
O gestor citado na nota da
secretaria é, segundo as investigações, Ariovaldo Nonato Borges Júnior,
apontado preliminarmente como chefe do esquema. Ele foi o responsável por
viciar documentos licitatórios, repassar informações privilegiadas e orquestrar
a contratação e os pagamentos ao INTS.
De acordo com a operação,
Ariovaldo chegou a movimentar mais de R$ 30 milhões em empresas registradas em
seu nome ou de familiares, o que não é compatível com sua remuneração.
A Justiça determinou que o
servidor fosse afastado imediatamente do cargo, além de confiscar bens, como um
imóvel na Avenida Tancredo Neves, em Salvador, que serve como sede para uma de
suas empresas.
Em nota á Prefeitura de
Salvador
A Secretaria Municipal de
Saúde, a Prefeitura de Salvador informou que o caso está relacionado ao
Contrato nº 193/2013, encerrado há quase seis anos. "O referido contrato,
firmado com a organização social INTS, teve vigência de 16/10/2013 a 12/10/2019",
afirmou, por meio de nota.
Além disso, a Pasta
revelou que o servidor alvo da Operação Dia Zero é funcionário concursado da
gestão municipal e atuava como gestor fiscal na época do contrato.
A SMS também afirmou que
"permanece à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos
adicionais, inclusive fornecendo todas as informações e documentos solicitados
no âmbito da operação".