Suplementos: mitos, verdades e os riscos por trás das fórmulas mágicas vendidas nas redes sociais
Cápsulas de
vitaminas, shots de energia, pós mágicos para “turbinar” o
treino, pílulas para dormir melhor. Nas redes sociais, criadores de
conteúdo e perfis de bem-estar vendem a promessa de saúde e desempenho em
fórmulas milagrosas. Mas por trás da estética das embalagens e dos vídeos
viralizados, há um alerta: o uso indiscriminado de suplementos alimentares, sem
orientação profissional, pode representar sérios riscos à saúde.
Com o crescimento
acelerado do consumo desses produtos, Dr. Italo Almeida, diretor-médico da
clínica Neuro Integrada e
especialista em Medicina Integrativa com abordagem em Medicina do Estilo de
Vida faz um alerta para um problema silencioso: a suplementação sem a
necessidade real do paciente, baseada em modismos, pode sobrecarregar fígado,
rins, desregular o metabolismo e até comprometer a absorção de nutrientes
essenciais. ”Ao seguir dicas generalizadas, a pessoa corre o risco de
camuflar doenças mais graves. Um suplemento para cansaço, por exemplo, pode
postergar o diagnóstico de um problema hormonal, neurológico, metabólico ou até
mesmo câncer. Outro exemplo é o uso do ômega-3, que pode aumentar o risco de
sangramento em quem faz uso de anticoagulantes”, alerta o especialista.
De acordo com a Associação
Brasileira da Indústria de Suplementos para Fins Especiais e Congêneres
(Abiad), 54% dos lares do país possuem ao menos uma pessoa que consome esse
tipo de produto. Muitos esquecem que suplementar sem critério é tão prejudicial
quanto ter uma alimentação deficiente. A seguir, Dr. Italo desvenda os
principais mitos e verdades sobre o uso de suplementos e o que é
necessário saber antes de transformar a sua saúde em mais um experimento das
redes sociais.
MITOS:
. Suplemento é natural,
então não faz mal: O fato de ter propriedades naturais não elimina o risco de
efeitos colaterais, principalmente quando o uso é associado a outros
medicamentos.
. Quanto mais, melhor:
Excesso de suplementos pode provocar efeitos tóxicos e até prejudicar a
absorção de outros nutrientes.
. Todo sintoma precisa de
um suplemento: A prática de prescrever suplemento para cada queixa, pode gerar
consumo exagerado e ineficaz.
. Suplementos são
inofensivos e podem ser usados por conta própria: Sem acompanhamento
profissional, a suplementação pode agravar condições pré-existentes.
. Alimento pode ser
substituído Suplemento: Suplemento NÃO substitui comida de verdade.
Alimentos de verdade têm fibras, antioxidantes, fitonutrientes, enzimas e
sinergia entre nutrientes. Tudo isso atua em conjunto e não vem em cápsulas
VERDADES
. Suplementos não
substituem hábitos saudáveis: Alimentação equilibrada, sono de qualidade e
controle do estresse são pilares da saúde. A suplementação deve ser
complementar, nunca a base principal.
. Uso sem orientação pode
ser perigoso: Excesso de nutrientes pode causar sobrecarga hepática e renal,
desidratação, dores abdominais, entre outros efeitos colaterais. Exemplo: o
cromo em doses mais altas por mais de 12 meses pode provocar insuficiência renal.
. Cada organismo tem uma
necessidade diferente: cada paciente precisa de avaliação profissional
individualizada. A suplementação deve ser baseada em exames e sintomas
específicos.
. Fitoterápicos também
oferecem riscos: Mesmo os produtos naturais podem provocar reações adversas e
interações medicamentosas quando usados sem prescrição e por tempo prolongado.
. Cálcio isolado pode ser
prejudicial: suplementação de cálcio não associado à vitamina D, magnésio e K2
pode causar depósitos arteriais e pedras nos rins.
. O suplemento é um
complemento, não a base: A suplementação pode ser útil quando quando o
profissional de saúde constata uma deficiência comprovada. O uso de suplemento
deve ser aliado a hábitos saudáveis, como sono de qualidade, atividade física e
gestão do estresse.
