Vereadora Marta participa da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

A destruição de áreas
verdes em Salvador, tema recorrente na capital baiana, ganhou destaque nacional
durante a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), realizada em
Brasília, com a aprovação de uma moção de repúdio por ampla maioria. A
iniciativa do documento partiu da vereadora Marta Rodrigues (PT), que esteve
presente na conferência, realizada entre 6 e 9 de maio.
Como explica Marta, a
moção de repúdio tem o objetivo de denunciar o que movimentos sociais,
ambientalistas e especialistas classificam como um ataque ao patrimônio natural
da cidade, em nome da especulação imobiliária.
“A moção, assinada por
mais de 250 delegados, alerta para os impactos diretos dessas vendas: perda de
cobertura vegetal, elevação das temperaturas, redução da permeabilidade do
solo, aumento do risco de alagamentos e deslizamentos, além do agravamento da
desigualdade ambiental. Segundo o Censo de 2022, Salvador já é a segunda
capital menos arborizada do Brasil”, destacou a vereadora.
Consta na moção que se
trata de uma “política urbana irresponsável”, marcada pela venda sistemática de
áreas verdes, agravando a crise climática e colocando em risco o direito à
cidade e à vida digna. “É um modelo que aprofunda desigualdades, marginaliza
territórios populares e despreza os compromissos ambientais assumidos
internacionalmente”, continua o documento.
Repercussão nacional
Segundo Marta Rodrigues, a
moção teve grande repercussão entre os participantes da conferência, por contar
com o respaldo de entidades ambientais de renome. “O que está acontecendo em
Salvador é grave e precisa ser interrompido com urgência. Vender áreas verdes é
colocar em risco a vida nas cidades, aumentar o calor, o risco de enchentes e
desrespeitar o direito à natureza, à cidade e à qualidade de vida”, afirmou.
Como enumera a vereadora,
o documento foi assinado por organizações como o Fórum Brasileiro de ONGs e
Movimentos Sociais (FBOMS), a Rede de Juventude pelo Clima e a Articulação
Nacional de Agroecologia. O texto será encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente,
ao Ministério Público e a organismos internacionais como alerta sobre a
política urbana de Salvador.
A 5ª Conferência Nacional
do Meio Ambiente reuniu mais de 1.500 representantes da sociedade civil e teve
como tema a “Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica”.
Marta ressalta que a moção sobre Salvador foi uma das pautas mais destacadas do
encontro, reforçando a urgência de repensar o papel das cidades frente à crise
climática.
A vereadora também
reafirmou a importância da conferência para a construção de políticas
ambientais: “É onde os territórios se encontram com a política nacional e
internacional. Por isso, é tão grave quando uma cidade como Salvador insiste em
andar na contramão”.
Marta ressaltou ainda que o bloco de oposição na Câmara Municipal de Salvador tem denunciado sistematicamente o desmonte das áreas verdes de Salvador e que “a gestão municipal se recusa a seguir o exemplo de capitais que já adotaram o meio ambiente como prioridade para uma sociedade justa e digna”.