Governador Jerônimo Rodrigues participa de missa e acompanha a tradicional Procissão do Fogaréu, em Serrinha

Reconhecida
como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia desde 2020, a Procissão do Fogaréu
movimentou a comunidade católica de Serrinha e região, no nordeste baiano,
mantendo uma tradição que completa 95 anos em 2025. O governador Jerônimo
Rodrigues participou da tradicional Missa da Ceia do Senhor, na Catedral
Senhora Sant'Ana e acompanhou a procissão, marcando as celebrações da Semana
Santa no estado.
“Há 95 anos, um grupo de pessoas subiu a colina para pedir
a Deus que derramasse as águas das chuvas para dar dignidade às pessoas que
aqui moram. E hoje, voltamos aqui para fazer mais pedidos, para agradecer,
pedir perdão e paz, para que as pessoas possam viver com tranquilidade, ter
dignidade na vida, ter comida no prato, ter emprego. Estou muito feliz em
participar dessa caminhada e apoiar a cerimônia, que simboliza a luz da
esperança e da fé”, afirmou o governador.
Considerada a celebração mais importante da fé cristã, a
comunidade religiosa tem mantido a tradição, coordenada pela igreja e apoiada
pelo Governo do Estado, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
da Bahia (Ipac), Secretaria de Turismo (Setur) e a Polícia Militar, no intuito
de fortalecer o turismo local e o desenvolvimento socioeconômico.
O secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar,
destacou a importância de se manter eventos como este. “A nossa fé católica é
muito forte, então, estas celebrações, missas, procissões, romarias por todo o
estado da Bahia, fazem com que muitos peregrinos do Brasil e de fora do Brasil
venham para nosso estado durante esse período. Isso movimenta os equipamentos
turísticos, a nossa economia”.
Fé e devoção
De acordo com o bispo diocesano, Dom Hélio Pereira dos
Santos, o tríduo começa com o Lava-pés de 12 pessoas e a Santa Ceia de Jesus
com os discípulos e só termina no sábado com a Vigília Pascal, revivendo a
prisão, o suplício e morte de Jesus Cristo. “São aqueles três dias fortes na
vida da igreja. Na celebração de hoje, da ceia do Senhor, tem aquele
momento bastante significativo, que é o lava-pés. É um testemunho, um exemplo
de serviço, de humildade que Jesus passa para todos nós. Depois da missa, nós
teremos a tradicional procissão do fogaréu. É um longo percurso, e vai uma
multidão, levando velas, aquelas tochas. É um sinal de que o povo caminha tendo
à frente uma luz, e essa luz física lembra Cristo, a luz que não se apaga, a
luz que é para sempre”, explicou.
A Procissão do Fogaréu representa o momento em que os
soldados sobem o Monte das Oliveiras para prender Jesus e sai de frente da
catedral, seguindo pelas ruas da cidade. Como parte dos rituais do dia, no
início e no final da procissão são encenados dois atos da Paixão de Cristo pela
Companhia de Teatro da Catedral. O efeito bucólico acontece com a utilização de
pequenas tochas carregadas pelos devotos, incluindo autoridades e fiéis, em um
percurso de cerca de 5km, entoando cânticos penitenciais e a Ladainha de Todos
os Santos, com diversas paradas até chegar à imagem da Senhora Sant'Anna.
Patrimônio baiano
O reconhecimento da Procissão do Fogaréu como Patrimônio
Cultural Imaterial do estado, por parte do Instituto do Patrimônio Artístico e
Cultural da Bahia (Ipac) foi publicado no Diário Oficial em 31 de agosto de
2019, para resguardar a continuidade do evento, considerado um dos atrativos do
turismo religioso baiano.
Conforme a história registrada pela Igreja Católica, no início da década de trinta do século passado em um cenário de grande seca, o recém-nomeado padre Carlos Olympio Sylvio Ribeiro, pároco da Freguesia de Serrinha, organizou procissões de penitência rezando pelo fim da estiagem e do sofrimento do povo