Vereadora Marta comemora decisão da Justiça sob leilão de terreno no morro ipiranga

A vereadora Marta Rodrigues
(PT) comemorou, nesta segunda-feira (14), a decisão da Justiça Federal que
suspendeu o leilão de terrenos públicos na encosta do Morro do Ipiranga, na
Barra, em Salvador. A liminar atendeu a uma ação civil pública movida pelo Conselho
de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA), que alertava para os riscos
ambientais e urbanísticos da medida.
Para Marta, a decisão
representa uma vitória da democracia, da sociedade civil organizada e da
cidade. “É uma grande vitória da democracia e da cidade de Salvador. Mesmo
diante do ataque violento e desrespeitoso da Prefeitura ao CAU, a Justiça
reconheceu a seriedade dos estudos apresentados e decidiu pela suspensão do
leilão. Isso mostra que ainda existem instituições dispostas a proteger o
interesse público e o patrimônio da nossa cidade”, afirmou a vereadora.
A decisão foi proferida pelo
juiz federal Alex Schramm de Rocha, titular da 7ª Vara Cível e Agrária da
Justiça Federal na Bahia, que determinou a imediata suspensão do Leilão
Eletrônico Sefaz 007/2025, quanto aos imóveis C035 e A051, até ulterior deliberação
do juízo, sob pena de multa no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento,
além da possibilidade de invalidação dos atos praticados em desacordo com a
ordem judicial.
Marta destacou o papel
técnico do CAU-BA, mas ressaltou sobretudo a importância da mobilização da
sociedade. “Essa é uma vitória construída por muitas mãos: conselhos,
especialistas, movimentos sociais, ambientalistas e a própria população, que
tem se mantido vigilante diante das ameaças aos espaços públicos. É uma
resposta clara de que Salvador não está sozinha e que há resistência organizada
em defesa do meio ambiente e da cidade”, afirmou.
A vereadora também criticou a
postura da Prefeitura e do prefeito Bruno Reis, que, por meio da Procuradoria
Geral do Município (PGM), tentou deslegitimar o CAU. “A Procuradoria atacou a
legitimidade da entidade e chegou a afirmar, no processo, que o documento
apresentado era ‘um emaranhado de informações desencontradas que beiram as
famigeradas fake news’. É inaceitável esse nível de desinformação por parte de
uma gestão pública diante de laudos técnicos respaldados inclusive pelo
Ministério Público”, declarou.
Segundo a vereadora, o leilão
do terreno no Morro do Ipiranga é apenas mais um capítulo de uma política
deliberada de alienação dos espaços públicos e áreas verdes de Salvador. “O
prefeito tem feito da venda desses espaços uma estratégia recorrente, sem debate
com a sociedade e sem clareza sobre o destino dos recursos. É uma gestão que
prioriza o caixa e despreza o valor ambiental, paisagístico e social da
cidade”, completou.
Para Marta, a liminar
fortalece a democracia e reacende a esperança na força das instituições e da
mobilização cidadã. “A Justiça mostrou que Salvador não está à mercê de
decisões unilaterais e obscuras. É um passo importante para conter o avanço de
práticas autoritárias e para afirmar o direito da população a participar das
decisões sobre o futuro da cidade. A luta continua, mas hoje é dia de
reconhecer essa conquista coletiva e agradecer a todos os que seguem
resistindo”, finalizou.