Trabalhadores de loteamento são resgatado em operação trabalho escravo em Lauro de Freitas

Quatro trabalhadores da
construção civil foram resgatados durante operação de combate ao trabalho
escravo no município de Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador.
Eles trabalhavam na
construção de casas dentro de um loteamento, localizado na Rua Ministro Antônio
Carlos Magalhães, bairro de Buraquinho, e estavam alojados em condições
precárias. Os proprietários dos lotes onde o grupo trabalhava foram
responsabilizados por submeter os homens a condição de trabalho análogo ao de
escravos e tiveram que arcar com as verbas rescisórias e com uma indenização de
R$5 mil para cada um, além de R$30 mil por danos morais coletivos, que deverão
ser depositados dentro de 30 dias no Fundo de Promoção do Trabalho Decente
(Funtrad). As vítimas foram retiradas do local e tiveram os custos de seu
retorno para casa assegurados pelos empregadores, caso quisessem retornar aos
seus locais de origem.
A operação de combate ao
trabalho escravo foi realizada nos dias 1º e 2 deste mês e contou com a
participação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público
do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e da Secretaria da Justiça e Direitos
Humanos (SJDH) do estado. A equipe visitou diversos alvos em Salvador e Lauro
de Freitas identificados previamente a partir de denúncias e levantamento de
informações. O único caso que resultou em resgate foi esse do loteamento. A
configuração de trabalho escravo se deu, dentre outros aspectos, pelas péssimas
condições do alojamento onde as vítimas residiam, pela falta de condições de
armazenamento dos alimentos consumidos, que não eram fornecidos pelos
empregadores, pela ausência de instalações sanitárias adequadas, não
fornecimento de água potável, e de equipamentos de proteção, mesmo para
atividades com elevado risco de acidentes, além das condições precárias de
higiene no local.
Segundo o procurador Claudio
Cunha, que participou da operação de resgate, “o grupo de trabalhadores
prestava serviço aos proprietários de cinco lotes para a construção de casas.
Por isso, as cinco pessoas identificadas como donas dos terrenos foram responsabilizadas
e tiveram que arcar com as indenizações, com o pagamento das verbas rescisórias
e com o transporte de volta para casa dos resgatados que assim desejassem.” O
procurador explicou que não havia uma pessoa jurídica constituída e que o
loteamento estava sendo construído pelo esforço conjunto dos proprietários, que
assinaram um termo de ajuste de conduta com o MPT na quinta-feira (03/04) se
comprometendo a fazer os pagamentos e a seguir à risca a legislação trabalhista
de agora em diante, sob pena de multa de R$5 mil para cada um dos itens
previstos no documento.