Produção de biscoitos e beijus impulsiona a renda de famílias em comunidade rural de Mutuípe

A tradicional produção de
beijus e sequilhos diferenciados está transformando a vida das famílias da
Comunidade Capelinha de São José, em Mutuípe. Com a filiação à Cooperativa dos
Trabalhadores na Agricultura Familiar, Economia Solidária e Sustentável dos
Territórios Vale do Jiquiriçá e Baixo Sul da Bahia (Coopeipe), essas famílias
agora têm garantia de comercialização da produção. A cooperativa, sediada no
próprio município de Mutuípe, também é responsável pelo processamento de frutas
cultivadas na comunidade e pela venda de outros produtos.
“Aqui, todos conseguem vender
sua produção e garantir renda para suas famílias. Já tivemos jovens que
retornaram de Salvador e São Paulo, e outros que estão conseguindo pagar a
faculdade com o dinheiro que ganham na Associação”, destaca Maria Damiana de Sousa
Almeida, conhecida como Loura, uma das lideranças da Associação dos
Agricultores Familiares da Comunidade Capelinha de São José.
Por meio da Coopeipe, a
Associação tem acesso a políticas públicas que promovem a agroindustrialização,
além de assistência técnica e extensão rural. Essas iniciativas garantem
infraestrutura para agregar valor à produção, capacitação para fortalecer a organização
e a base produtiva, transporte para logística e a garantia de renda pelo
escoamento da produção.
“A luta foi grande. Antes,
trabalhávamos apenas para pagar as contas e perdíamos muita fruta e outros
produtos. Com a chegada da Coopeipe, passamos a produzir e vender beijus e
biscoitos e, posteriormente, também as frutas para a cooperativa, que as transforma
em polpas. Quando recebemos nosso pagamento é uma felicidade. Antes, diziam que
as mulheres não iam dar conta, mas fomos abraçadas pela comunidade e
conseguimos vender nossos produtos nos mercados da região e também para
programas institucionais, como a alimentação escolar da rede pública. A palavra
que define isso tudo é gratidão!”, celebra Damiana.
Esse processo de
transformação tem motivado outras pessoas a retornarem para a comunidade. “Tem
gente ligando para saber se há vagas para trabalhar na produção de biscoitos e
beijus”, conta Damiana.
Jamine Sousa Costa, associada
que também atua na produção de biscoitos, destaca a importância das políticas
públicas, que garantem renda e a permanência dela e de sua família na
comunidade onde nasceu e cresceu. “Aqui, moramos, trabalhamos, casamos e ficamos.
Esse trabalho nos dá uma oportunidade de viver com dignidade. Só tenho a
agradecer”, comemora.
Políticas públicas que
transformam
Com a entrega da agroindústria de processamento de frutas à Coopeipe, instalada
na zona rural de Amargosa, em 2025, pelo Governo do Estado, por meio da
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR), as frutas que antes eram desperdiçadas passaram a
se transformar em renda, com a produção de polpas.
A iniciativa impactou
positivamente a vida de mais de 300 famílias pela geração de novas
oportunidades de trabalho e renda. Equipamentos modernos, que vão desde a
recepção e higienização das frutas até o armazenamento em câmaras frias,
permitem à cooperativa ampliar e qualificar a produção de polpas de goiaba,
manga, acerola e outros produtos. Além disso, a cooperativa recebeu um veículo
utilitário para a coleta das frutas e um caminhão baú refrigerado para