Pacto Bahia pela Saúde com foco em eficiência, equidade e novas entregas

Em reunião realizada nesta
terça-feira (1º), na sede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a
secretária Roberta Santana apresentou à Comissão de Saúde da Assembleia
Legislativa da Bahia (Alba) o Pacto Bahia pela Saúde — uma estratégia
articulada para qualificar a assistência no estado e ampliar a eficiência do
Sistema Único de Saúde (SUS), com investimento de R$ 2,2 bilhões.
A apresentação detalhou os
cinco compromissos do pacto, construído com a adesão de instituições como o
Ministério da Saúde, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria
Pública, consórcios intermunicipais, Assembleia Legislativa e municípios. A iniciativa
representa um chamado à corresponsabilidade entre os entes públicos, ao propor
uma transformação profunda da saúde pública baiana, combinando investimentos
robustos, cooperação federativa e uma agenda de resultados focada na equidade
territorial e na melhoria dos indicadores.
A secretária destacou a
importância do envolvimento institucional para a efetividade das metas. “O
pacto cria condições para que o Estado e os municípios avancem juntos. Nossa
proposta é reorganizar a rede com base em dados, pactuar compromissos e ampliar
a capacidade de resposta do SUS com foco em quem mais precisa”, afirmou Roberta
Santana.
Entre as frentes estratégicas
já em andamento está o Programa Mais Atenção Primária, que prevê a construção
de 284 novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), implantação de Telessaúde e novo
modelo de cofinanciamento estadual baseado em metas de qualidade. O objetivo é
elevar a cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF), hoje em 85,9%, e
fortalecer a porta de entrada do sistema, aliviando a pressão sobre hospitais
de média e alta complexidade.
Na atenção especializada, a
Bahia investe R$ 130,2 milhões para ampliar a Rede de Atenção Psicossocial
(RAPS), com a construção de 27 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e 4
Unidades de Acolhimento. Já na assistência às pessoas com deficiência, serão
implantados 17 novos Centros Especializados em Reabilitação (CER), com
prioridade para as 17 regiões de saúde atualmente desassistidas.
O pacto também avança sobre
um dos maiores desafios do SUS: a mortalidade materna e infantil. Por meio do
programa Mãe Bahia, estão previstas novas maternidades, centros de parto normal
e ambulatórios de alto risco nas policlínicas regionais. A expectativa é
ampliar o acesso a um parto seguro, reduzir desigualdades raciais e
territoriais e garantir acolhimento digno e humanizado a gestantes em situação
de vulnerabilidade.
Outro eixo estratégico é o
fortalecimento da Assistência Farmacêutica, com aumento do cofinanciamento
estadual e reforço na distribuição de medicamentos essenciais, como insulinas e
anti-hipertensivos, beneficiando diretamente os 417 municípios baianos. O
investimento total ultrapassa R$ 43 milhões.
Regulação e resposta rápida
Os avanços também são visíveis na regulação. Apenas em 2024, foram solucionados
mais de 268 mil casos, com 73% das solicitações de urgência e emergência
resolvidas em até 48 horas — e mais da metade em menos de 24 horas. A média
atual é de 700 regulações por dia, desempenho atribuído à informatização do
sistema, descentralização dos serviços e ampliação da oferta hospitalar.
Para o presidente da Comissão
de Saúde da Alba, deputado estadual Alex da Piatã, o pacto é uma virada de
chave na política de saúde baiana. “A Bahia dá um exemplo ao Brasil ao propor
um pacto interinstitucional, baseado em evidências, metas e compromissos. É um
passo ousado, mas necessário, que vai repercutir diretamente na vida das
pessoas, especialmente das mais pobres e distantes dos grandes centros”,
afirmou o parlamentar.
Já o deputado Jordavio Ramos,
vice-presidente da comissão, comentou sobre a união em prol da saúde no estado.
“No campo das ideias, podemos estar em lados políticos diferentes, mas um pacto
como esse é de interesse de todos os baianos e está chamando todo mundo à
responsabilidade. É a saúde da população em primeiro lugar”, disse.