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O
ferryboat Juracy Magalhães Jr., que operou por quase 46 anos na travessia
Salvador-Itaparica, foi afundado de forma controlada, nesta sexta-feira (21),
para a criação de um recife artificial marinho no Rio Vermelho, em Salvador. A
iniciativa da Secretaria do Turismo do Estado (Setur-BA) visa o incentivo ao
turismo náutico e de mergulho na capital baiana. A ação contou, ainda, com a
parceria do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Marinha
do Brasil.
O secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, destaca que
cerca de nove embarcações já foram naufragadas em áreas próximas à costa de
Salvador e na Baía de Todos-os-Santos, e que no turismo de mergulho é possível
conhecer a história da cidade, através do contexto de naufrágio de cada
embarcação.
“Nós temos naufrágios registrados por acidentes, pelas guerras
da Independência da Bahia, do século XIX, mas queremos transformar Salvador no
maior parque de turismo de mergulho do mundo urbano. As nossas embarcações
estão muito perto do litoral, o que possibilita que mergulhadores amadores
possam, em pouco tempo, sendo treinados, ter essa experiência”, contou sobre o
impacto no turismo para a capital.
A embarcação tem aproximadamente 800 toneladas e 71 metros de
comprimento. A estrutura foi afundada a quatro quilômetros da costa e a 30
metros de profundidade na região do Largo da Mariquita. À frente de uma empresa
de mergulho, Tania Corrêa conta como a experiência com o ferryboat Agenor
Gordilho, primeiro afundado de forma planejada pelo Estado, em 2020, tem
repercutido no turismo náutico.
“Um recife artificial é um aglutinador, uma casa para os animais
marinhos. Então, o Agenor Gordilho, mesmo, está todo coberto de corais hoje. No
mergulho encontramos alguns animais que são ameaçados de extinção. Você dá um
upgrade no turismo local, mergulhadores de todo o mundo vêm mergulhar em
naufrágios que só existem aqui”, enfatizou a empresária, que também é
instrutora de mergulho há 25 anos.
Segundo a Setur-BA, os segmentos náutico e de mergulho têm se
consolidado no turismo. Desde a última ação, ocorreu aumento de cerca de 435%
na procura por atividades de mergulho, em comparação com a temporada anterior à
pandemia.
Cuidado
ambiental
A estrutura naufragada servirá como habitat para diversas
espécies marinhas e favorecerá estudos científicos, que estão sendo realizados
pelo governo baiano desde os primeiros afundamentos controlados do ferry Agenor
Gordilho e de um navio de reboque, realizados em novembro de 2020.
Um dos biólogos do Inema, Marcelo Peres explicou que, após a
operação, em apenas um ano o ferry será tomado por corais e espécies marinhas
de todo tipo. “Fizemos os estudos prévios de sedimentos, de biodiversidade do
local, onde poderia ocorrer o afundamento e, posteriormente, fizemos quatro
vistorias para que não haja nenhum tipo de resíduo que possa trazer algum
impacto negativo para o meio ambiente. Então, foram quatro inspeções, a gente
avaliou também a presença de espécies invasoras e nossa expectativa é bem
positiva para a biodiversidade e para o turismo do Estado”, dividiu.
O ferry Juracy Magalhães Jr. começou a operar em 5 de dezembro
de 1972, realizando a travessia Salvador-Itaparica, até ser retirado de
circulação em 16 de novembro de 2018.