Copom deve elevar Selic em 1 ponto na será maior da história

Pressionado pelo preço dos
alimentos e da energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central (BC) decide nesta quarta-feira (19) em quanto elevará a taxa básica de
juros, a Selic. A reunião é a segunda sob o novo comando do presidente do BC,
Gabriel Galípolo.
Esta poderá ser a quinta
elevação consecutiva da Selic. Segundo a edição mais recente do boletim Focus,
pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve
subir 1 ponto percentual nesta reunião, de 13,25% para 14,25%
ao ano.
No comunicado da última
reunião, em janeiro, o Copom confirmou que elevará os juros básicos em 1 ponto
percentual na reunião de março. Segundo o comitê, o agravamento das incertezas
externas e os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano
passado justificam o aumento dos juros básicos no início de 2025.
Nesta quarta-feira, ao fim do
dia, o Copom anunciará a decisão. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a
agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado,
com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.
Inflação
Na ata da reunião mais
recente, o Copom
alertou para o prolongamento do ciclo de alta da Taxa Selic. Segundo
o BC, o cenário de inflação de curto prazo segue adverso, principalmente em
razão do aumento nos preços dos alimentos. Mantido esse cenário, o comitê
aponta que a inflação deve ficar acima da meta pelos próximos 6 meses.
Segundo o último boletim
Focus, a estimativa de inflação para 2025 está em 5,66%, contra 5,6% há quatro
semanas. Isso representa inflação acima do teto da meta contínua estabelecida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a
4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é
usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as
demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central
para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de
operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais –
para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa
básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos
preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os
juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas
administrativas.
Ao reduzir a Selic, a
tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45
dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre
a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o
comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom,
formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.