Campanha do MPBA pelo fim da violência contra mulheres está em campo no BAVI da final do baianão

Jogadores do Esporte Clube
Bahia e do Esporte Clube Vitória fizeram um convite especial aos torcedores que
assistiram ao primeiro jogo da final do Campeonato Baiano neste domingo, dia
16, na Arena Fonte Nova. Minutos antes do início da partida do BA-VI, eles
exibiram uma faixa com a frase “Lute pelo fim da violência contra as mulheres”.
Jogadores e torcedores usaram braçadeira do 'Luto por Elas' e um
vídeo da campanha desenvolvida pelo Ministério Público do Estado da Bahia foi
exibido nos telões do estádio.
O objetivo foi engajar a
torcida nessa luta. A ação faz parte do projeto "Luto por Elas", do
Ministério Público do Estado da Bahia, que ganhou o apoio da Federação Bahiana
de Futebol (FBF), dos clubes do Bahia e Vitória, times do interior e do Instituto
de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb).
O projeto do MP baiano foi
abraçado pelos parceiros e as peças da campanha exibidas em todos os jogos que
aconteceram desde o dia 1º de fevereiro na capital e interior do estado. Faixas
e vídeo também serão apresentados no próximo jogo, durante a final do
campeonato. O "Luto por Elas" busca ampliar a conscientização sobre a
violência doméstica e o feminicídio e engajar os homens como agentes de mudança
do cenário de violência contra as mulheres e na luta pela igualdade e respeito
a elas.
Dados da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República (Secom) apontam que houve
aumento de 27,33% no número de denúncias de violência doméstica contra a mulher
na Bahia, entre janeiro e julho de 2024, na comparação com 2023. São 27 vítimas
por dia, ou uma a cada hora.
Entre os meses de janeiro e
novembro de 2024, o MPBA registrou 18.689 procedimentos investigatórios de
casos de violência contra as mulheres. O Núcleo de Enfrentamento às Violências
de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres do MPBA (Nevid) solicitou 825
medidas protetivas de urgência para mulheres ameaçadas em Salvador.
Segundo relatório de
feminicídio 2023, da ONU Mulheres, 85 mil mulheres e meninas foram mortas
intencionalmente naquele ano. Desse total, 60% dos feminicídios foram cometidos
por parceiro íntimo ou outro membro da família. Isso equivale a 140 mulheres e meninas
mortas todos os dias, sendo uma delas assassinada a cada 10 minutos.