PEC da segurança pública é apresentada ao congresso nacional

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou
nesta quinta-feira (13) que o governo fechou o texto da proposta de emenda
à Constituição (PEC) sobre Segurança Pública que será apresentado ao Congresso
Nacional. O anúncio ocorreu logo após uma reunião de Lewandowski com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros da área jurídica e
política do governo, no Palácio do Planalto.
"Houve o consenso, entre os presentes, que depois de uma discussão
ampla dessa PEC, não apenas com os governadores, com a sociedade civil, mas
também com a academia, ela estaria madura para ser enviada ao Congresso
Nacional. Essa PEC pretende, em linhas gerais, criar um SUS da Segurança
Pública, ou seja, o Sistema Único da Segurança Pública que estará na
Constituição da República Federativa do Brasil, com recursos próprios e
integrando todas as forças policiais do Brasil para combater a criminalidade
organizada", afirmou o ministro.
A PEC ainda passará por uma apresentação prévia aos presidentes da
Câmara e do Senado e aos líderes da base do governo nas duas Casas, para
definir a melhor estratégia de tramitação e a própria data de envio do texto. O
governo quer garantir que a proposta não tumultue o ambiente no Legislativo, já
que há outras prioritárias que serão colocadas em debate, como o projeto que
isenta o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês.
"Vamos fazer uma reunião com os líderes da base, junto com os
presidentes da Casa, para apresentá-la e avaliar o melhor momento de enviar a
PEC formalmente. Acho que não vai ter problema quanto a isso, vários líderes
têm cobrado do governo posicionamentos nesse sentido, envio de propostas,
querem fazer o debate da segurança pública. Penso que teremos um clima propício
a isso. Claro que a gente tem que ter uma comissão da PEC equilibrada, gente
com responsabilidade, para fazer a discussão do projeto", observou a
ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Uma das questões que devem ser discutidas é por onde começar a
tramitação da PEC. Se for enviada diretamente pelo governo, o texto tramita a
partir da Câmara. Para iniciar no Senado, a proposta teria que ser apresentada
por um senador.
Por ser uma emenda constitucional, a tramitação de uma PEC é a mais
complexa entre as proposições legislativas. Ela precisa ser aprovada em dois
turnos tanto na Câmara quanto no Senado, com o apoio mínimo de 60% dos votos em
cada uma das Casas.
O que muda
A PEC da Segurança Pública altera a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24
da Constituição Federal, que tratam das competências da União, privativas ou em
comum com os estados, municípios e o Distrito Federal, e muda o Artigo 144,
sobre os órgãos que cuidam da segurança pública em todo o país.
Com a proposta, o governo federal pretende dar status constitucional ao
Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado por lei
ordinária em 2018 (Lei 13.675), e levar para a Constituição
Federal a previsão do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo
Penitenciário, que atualmente estão estabelecidos em leis próprias.
O texto da PEC também aumenta as atribuições da Polícia Federal
(PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que passaria a ser chamar Polícia
Viária Federal, abrangendo o patrulhamento ostensivo das rodovias, ferrovias e
hidrovias federais.