MPBA acompanha retorno de crianças acolhidas às famílias no pós-festa

Chegou a hora de ir pra casa
matar a saudade. Eu só agradeço por esses dias”. Foi com esta frase que a
ambulante Celiane dos Santos, 23 anos, recebeu a filha de apenas quatro meses
nos braços após a menina passar os sete dias de Carnaval no Centro de Acolhimento
e Convivência instalado pelo ‘Projeto Salvador Acolhe’ na Escola Municipal
Santa Terezinha, na Barra. Hoje, dia 5, a criança voltou para os pais Celiane e
Erlan de Menezes, ambulante de 35 anos. Emocionados, eles registraram que,
apesar da saudade, estavam tranquilos. “Já tínhamos deixado ela acolhida no
réveillon e vimos o quanto foi bem cuidada. As meninas daqui tratam as crianças
como se fossem mães delas. Eu fui trabalhar em paz. Fiquei tranquila porque
sabia que tava deixando minha filha pra ser bem tratada e acolhida”, disse
Celiane dos Santos.
O retorno da criança aos pais
foi acompanhado pela promotora de Justiça Verena Leal, que visitou unidades de
acolhimento para verificar o fluxo de devolução das crianças às famílias e
avaliar existência de intercorrências e necessidade de sugestão de melhorias
para o próximo ano na Barra, Ondina, Garcia, Pelourinho e Rio Vermelho. Ela
esteve acompanhada da pedagoga Simeir Viana e da assistente social Gislayne
Souza, ambas técnicas do MPBA. Na Escola Municipal Casa da Amizade, em Ondina,
até as 10h, das 120 crianças acolhidas durante o Carnaval, 98 já haviam
retornado aos pais. No Pelourinho, 60 crianças foram acolhidas na Escola
Municipal João Lino, onde ficaram os dois filhos da catadora Ana Lúcia
Romoaldo, de 33 anos. Ela estava “morrendo de saudade” porque não conseguiu
visitar os filhos nos dias que foram de “muito trabalho”, mas disse tinha “paz,
pois sabia que eles estavam seguros”.
O total desacolhimento é
previsto para ocorrer até 11h da quarta de Carnaval. Caso haja meninos e
meninas remanescentes, a rede de proteção entra em contato com os responsáveis
para providenciar o retorno ao seio familiar. Neste Carnaval, o Ministério
Público fez vistorias para verificar a regularidade do funcionamento das
unidades de acolhimento durante os dias de festa. Durante todo o ano
anterior, o MP fez reuniões periódicas com a rede de proteção da criança e
adolescente e articulações institucionais com os órgãos para assegurar o
funcionamento dos serviços considerados essenciais, especialmente para o
público infantojuvenil em situação de vulnerabilidade. No período pré-Carnaval,
quando as unidades foram instaladas, o MPBA fez inspeções e orientou melhorias
para que as crianças fossem acolhidas de forma adequad