Ilê Aiyê coroa sua deusa Ebano com a escolha da 44ª rainha da beleza da mulher negra

A dançarina e comunicadora, Lorena Xavier, de 22 anos, foi
coroada a 44ª Deusa de Ébano do Ilê na Noite da Beleza Negra, na madrugada
deste domingo (16). O evento, promovido pelo Bloco Ilê Aiyê, exaltou
ancestralidade, resistência e o protagonismo da mulher negra. Nesta edição, a
festa homenageou Ekedi Dete Lima, uma das fundadoras e estilista do bloco. A
iniciativa conta com apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do edital
Eventos Calendarizados do Fundo de Cultura da Bahia, da Secretaria de Cultura
(Secult-BA).
Emocionada,
Lorena destacou o significado do título. “Ser Rainha do Ilê é honrar a força
das que vieram antes de mim, manter viva essa chama e abrir caminhos para quem
vem depois. Por mais que o mundo diga não, a gente precisa persistir, ter
equilíbrio, sabedoria e discernimento para acreditar no que nós somos e seguir
sendo em busca desse sonho”, declarou.
O vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior, acompanhou a
cerimônia e ressaltou a importância do evento. “A Noite da Beleza Negra
transcende a estética. É um ato de valorização da cultura afro-brasileira, de
fortalecimento da identidade e de inspiração para milhares de jovens que se
veem representadas no palco da Senzala do Barro Preto”, afirmou.
Representatividade
Ao lado de
Lorena, outras 14 finalistas brilharam na passarela, esbanjando carisma,
desenvoltura e a riqueza da dança afro. Mais do que uma competição, a Noite da
Beleza Negra reafirma a diversidade e potência feminina, fortalecendo a
autoestima de mulheres negras e ampliando sua representatividade. O evento vai
além da escolha de uma rainha: é um espaço de celebração da cultura
afro-brasileira, de resgate de histórias e de fortalecimento dos laços
comunitários que ecoam não só na Bahia, mas em todo o país.
Com o tema “O Curuzu é o mundo: e a porta de entrada é a
percussão”, a 44ª edição do evento reforçou o papel central do Ilê Aiyê na
preservação e difusão da cultura afro-brasileira. A transmissão pela TVE
ampliou o alcance da celebração, garantindo que o brilho da Noite da Beleza
Negra ressoasse para um público ainda maior. Além da coroação, a noite foi
marcada por encontros musicais e performances que enalteceram a riqueza da
cultura afro-baiana.
Legado e resistência
Ao celebrar
50 anos do seu primeiro desfile no Carnaval de Salvador, o Ilê Aiyê reafirma
seu papel histórico na luta contra o racismo e na exaltação da cultura negra.
“O Ilê sempre foi resistência, sempre foi transformação. Ver a Noite da Beleza
Negra crescer e se consolidar é a prova de que nossa história segue viva e
pulsante”, destacou Vovô do Ilê, presidente e fundador do bloco afro.