MP da Bahia inaugura unidade especializada em solução consensual de conflitos

Uma unidade especializada
em métodos de resolução consensual de conflitos foi inaugurada pelo Ministério
Público do Estado da Bahia hoje, dia 13. A solenidade de inauguração do Centro
de Autocomposição e Construção de Consensos (Compor) foi prestigiada pelo
governador Jerônimo Rodrigues, que esteve ao lado do procurador-geral de
Justiça Pedro Maia. Para o PGJ, o momento anuncia uma nova fase do Ministério
Público baiano, que é o mais antigo das Américas e completa 416 anos de
existência. “Ao longo da história, o MP passou por diversas fases, amadureceu…
chegou em 2025, no momento da inauguração do Compor, maduro, pronto para dar as
respostas que a sociedade baiana reclama”, assinalou Pedro Maia, afirmando que
a Instituição está preparada para o desafio de construir soluções para
processos estruturais complexos, que extrapolam a condição de resolutividade
por uma única Promotoria ou Procuradoria de Justiça.
Presidente do Centro, Pedro
Maia informou que processos estruturais serão trabalhados com diálogo amplo
pelo Ministério Público baiano, que continua cumprindo seu papel de
responsabilizar aqueles que cometem atos ilícitos, mas, por meio do Compor,
também atuará ouvindo todas as partes envolvidas (órgãos públicos e privados,
entidades e sociedade civil) para construir, conjuntamente, as melhores
soluções para os conflitos de forma mais eficiente e célere. O governador
Jerônimo Rodrigues destacou a “grande maturidade do MP” em “chamar para si a
responsabilidade dos consensos”. “O Ministério Público está sendo muito forte
na decisão democrática de uma instituição criada para isso. Uma grande coragem
o MP puxar essa obrigação”, disse ele.
Coordenadora do Compor, a
promotora de Justiça Karinny Peixoto assinalou que o Centro inaugura um novo
capítulo na história do MP da Bahia e simboliza a evolução, na Instituição, de
uma atuação mais dialogada, eficiente e sensível às demandas da sociedade. Ela
lembrou que o MP cumpre diariamente a sua missão constitucional e que, agora,
com o Compor, aprimora a resolução de conflitos, de forma técnica, estruturada
e não-adversarial. “Sabemos que conflitos complexos exigem mais do que posições
firmes, exigem escuta ativa, diálogo qualificado e soluções sustentáveis”,
complementou ela, ressaltando que “a transformação que buscamos não será
construída isoladamente. A interlocução interinstitucional será o alicerce do
Compor”. Ainda de acordo com a promotora de Justiça, o Centro acolherá divergências,
trabalhando junto com as partes para transformá-las em consensos sólidos e
juridicamente seguros sempre guiados pelo interesse público. Ela desejou que o
Compor “seja símbolo do dialogo e cooperação, promovendo caminhos resolutivos
que fortaleçam a justiça, pacifiquem relações e transformem realidades”.
Também participaram da
inauguração, a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Ivana Bastos; a
presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Cynthia Resende; o
vice-governador, Geraldo Júnior; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral,
desembargador Abelardo da Mata; defensora pública-geral, Firmiane Venâncio; a
promotora de Justiça Milena Moreschi, que integra o Compor; procuradores e
promotores de Justiça, desembargadores, juízes, secretários de Estado e do
Município de Salvador, deputados estaduais, dirigentes de órgãos estaduais e
municipais, dentre outras autoridades, servidores do MP, integrantes da Polícia
Civil e da Polícia Militar e representantes da sociedade civil.
O Compor
O Centro funcionará como
uma câmara de autocomposição voltada para a mediação e condução estratégica de
conflitos com repercussão coletiva. Os casos levados ao Compor devem ser de
alta complexidade, envolvendo multiplicidade de partes, dimensões diversas, interdependência
entre as questões, longa duração, alto impacto social, dificuldade de
mensuração e/ou implicações sistêmicas complexas.
Assinatura de acordos marca
inauguração
Dois acordos de cooperação
foram assinados pelo procurador-geral de Justiça durante a inauguração. Um
acordo, firmado com o TJBA, é pioneiro no Brasil. Ele trata da atuação
extrajudicial estrutural na área de família, prevendo mecanismos de avaliação
contínua da efetividade dos acordos celebrados no Centro Judiciário de Solução
de Conflitos e Cidadania (Cejusc), visando o fortalecimento da segurança
jurídica e da unidade institucional, com medição dos resultados.
Outro acordo foi assinado
com a PGE e visa fortalecer a cooperação institucional na construção de
consensos voltados ao interesse público. Estão previstos mecanismos de
comunicação e trabalho conjunto para que o consensualismo se torne base na
resolução de causas complexas que envolvam o Estado da Bahia e o Ministério
Público.