MPBA aciona justiça para suspender Carnaval de Correntina em razão de calamidade administrativa no Município

O Ministério Público da Bahia ajuizou nesta segunda-feira, 10,
por meio da promotora de Justiça Suelim Iasmine Braga, uma ação civil pública
pedindo que a justiça determine com urgência a suspensão do Carnaval de 2025 do
Município de Correntina até que sejam regularizados os pagamentos dos
servidores municipais e a situação de calamidade administrativa da cidade.
A promotora de Justiça autora da ação,
Suelim Iasmine Braga, explicou que a medida foi necessária porque a
administração municipal não cumpriu a recomendação feita anteriormente pelo
MPBA, na qual foi orientado que o município evitasse gastos com dinheiro
público para a realização da festa enquanto persistisse o estado de emergência
administrativa. A recomendação incluía a não contratação de artistas, serviços
de buffet e montagem de estruturas, além da suspensão de contratos já firmados
para a organização do evento. Além disso, não houve por parte do Município a
apresentação de nenhum dos documentos solicitados pelo MPBA a respeito dos
processos licitatórios.
Mesmo diante dessa recomendação, a
promotora destacou que a prefeitura tem divulgado amplamente o Carnaval nas
redes sociais, demonstrando sua intenção de realizá-lo, o que fere princípios
administrativos básicos.
A ação judicial se fundamenta na
necessidade de priorizar investimentos essenciais para a população, já que o
município decretou estado de emergência por meio do Decreto Municipal nº
12/2025, com validade de 45 dias, e a realização da festa pode comprometer
serviços básicos, como saúde, segurança pública, iluminação e limpeza urbana,
além de gerar altos custos com a contratação de bandas, locação de equipamentos
de som, montagem de palcos, tendas, banheiros e geradores de energia.
“A realização do Carnaval, na forma
anunciada, acarreta incalculáveis custos diretos decorrentes, principalmente,
do sobrecarregamento dos serviços de saúde, de segurança pública, de iluminação
pública e de limpeza urbana, face às enormes demandas locais, aliado aos custos
com a contratação de bandas que, por si só, já representa um alto custo, mas
também com a locação de serviços de som, palco, tenda, banheiros, gerador,
dentre outros”, ressaltou a promotora de Justiça.