Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia alerta prefeitos sobre prioridade com “lixões”

O conselheiro Nelson
Pellegrino, do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, alertou os novos
prefeitos sobre a necessidade de priorizar a regularização da gestão de
resíduos sólidos para atender o novo Marco do Saneamento, estabelecido na Lei
nº14.026, de 2020, e cumprir o que determina a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, descrita na Lei nº12.305, de 2010. Isto significa acabar com os
“lixões” que ainda são utilizados por 243 municípios baianos como destinação
dos resíduos sólidos, e que representam um grave problema ambiental e de saúde
pública.
A advertência foi feita pelo
conselheiro e diretor da Escola de Contas do TCM em palestra no 8º Encontro de
Prefeitos e Prefeitas, organizado pela União dos Municípios da Bahia (UPB), que
se encerrou nesta quinta-feira (30/01), no Centro de Convenções de Salvador, e
que reuniu prefeitos, vereadores e dirigentes municipais de todos os 417
municípios baianos. Do painel de debate sobre “encerramento humanizado de
lixões na Bahia” participaram além do conselheiro Nelson Pellegrino, o
secretário nacional de Meio Ambiente e Qualidade Ambiental, do Ministério do
Meio Ambiente e Mudança do Clima; o promotor de Justiça da Bahia, Augusto
Matos; a secretária de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira e o
diretor-geral da Agência de Saneamento Básico da Bahia Agersa), Juvenal
Maynart.
Nelson Pellegrino lembrou que
a disposição final adequada de resíduos sólidos é uma obrigação legal dos
municípios. Ele observou que o prazo final para erradicação dos lixões, que foi
estabelecido pelo Novo Marco do Saneamento, venceu em 2024 para cidades com
menos de 50 mil habitantes. E por isso os municípios precisam buscar, o mais
rápido possível, alternativas adequadas – como aterros sanitários licenciados.
Ele destacou que, na Bahia, a
gestão de resíduos enfrenta desafios significativos, com a presença de
“lixões”, aterros controlados e a insuficiência de aterros sanitários
licenciados. De acordo com levantamento do IBGE, segundo o conselheiro, os
“lixões” ainda são a realidade em 243 municípios. Os aterros controlados – que
são uma solução intermediária entre os “lixões” e os aterros sanitários –
existem em 67 municípios. Eles, no entanto, não atendem plenamente as normas
ambientais e ainda apresentam riscos de contaminação grave ao meio ambiente e à
saúde das populações próximas.
Segundo Nelson Pellegrino, o
estado conta com um número limitado de aterros sanitários licenciados – sejam
públicos ou privados – para a disposição adequada e com segurança dos resíduos
sólidos gerados pelas populações nas concentrações urbanas. Em sua maioria
estes aterros estão situados em regiões metropolitanas ou centro de polos
econômicos. No total, apenas 58 municípios baianos utilizam essa solução como
disposição de resíduos sólidos.
Estes dados, segundo ele,
evidenciam a necessidade de que os municípios busquem soluções adequadas, mesmo
que compartilhadas, como a contratação de aterros privados, para cumprir as
metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Destacou, também, que os
municípios, sem o envolvimento e investimentos de outras esferas de governo,
terão sérias dificuldades para a implementação da solução exigida para
disposição final dos resíduos sólidos.
Ao ressaltar que o prazo para
a erradicação de “lixões” venceu em agosto do ano passado (para municípios com
menos de 50 mil habitantes), Pellegrino disse que é imperativo encerrar os
“lixões” ainda ativos em 243 municípios baianos e buscar soluções ambientalmente
adequadas. Uma alternativa, para ele, é priorizar o uso de aterros sanitários
licenciados. Caso o município não tenha um aterro próprio – disse – deve buscar
soluções regionais ou contratar serviços privados.