Campanha de combate à violência contra as mulheres no Carnaval de Salvador

A Prefeitura de Salvador, por
meio da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ),
realizou, nesta terça-feira (28), a ativação de mais uma iniciativa de combate
à violência contra as mulheres no Carnaval de Salvador. A Campanha Tô Na Rua,
Mas Não Sou Sua chega para fortalecer as ações já desenvolvidas por meio da
política pública do Alerta Salvador, ao longo de todo o ano, para a proteção
das mulheres no município.
A ativação da campanha foi
feita no Wet’n Wild, na Avenida Luis Viana Filho (Paralela), durante um
treinamento obrigatório para os vendedores ambulantes credenciados para o
Carnaval 2025, em parceria com a Ambev. Os ambulantes receberam orientações
sobre como ajudar na proteção à mulher e sobre como identificar situações de
violência e denunciá-las. Além disso, em cada isopor haverá um adesivo alusivo
à campanha, que tem o objetivo tanto de informar como de atuar no acolhimento.
“A campanha Tô na Rua, Mas
Não Sou Sua vem para fortalecer ainda mais a nossa política pública do Alerta
Salvador no combate à violência de gênero contra mulheres e fazer com que o
nosso Carnaval seja um espaço de respeito, onde as mulheres saibam onde pedir
ajuda e os homens saibam que o local de diversão é para todos e que a
importunação não é aceita nesses espaços”, destaca a titular da SPMJ, Fernanda
Lordêlo.
A gestora explica que será
feito um trabalho preventivo, de orientação, com dois Centros de Atenção à
Mulher no Carnaval, atendendo e acolhendo o público feminino, com equipe
psicossocial, articulada com os postos de saúde, com a Delegacia Especial de Atendimento
à Mulher (Deam), com a Guarda Civil Municipal e com todos os órgãos municipais.
“Esse é um chamado para fazer com que o nosso Carnaval seja mais inclusivo,
mais respeitoso e um ambiente de diversão efetiva para as mulheres na nossa
cidade”, pontua.
Os Centros de Referência e
Atenção à Mulher no Carnaval estarão situados nos dois circuitos principais da
folia: Dodô (Barra/Ondina) e Osmar (Campo Grande/Praça Castro Alves). O do
Circuito Dodô ficará na Rua Professor Sabino Silva, no Chame-Chame, próximo ao
Corpo de Bombeiros Militar da Bahia e o do Circuito Osmar ficará no Campo
Grande, próximo ao Monumento ao 2 de Julho (estátua do Caboclo).
Atuação em rede –
“Salvador mais uma vez sai na frente, trazendo um carnaval com um olhar de
proteção à mulher, seja no sentido de prevenção, com informações sobre como
proteger, como auxiliar a ter um suporte em caso de ajuda ou de violência, e
também por meio de uma rede articulada do Município, juntamente com outros
órgãos, a exemplo do Ministério Público, Defensoria Pública e da Polícia Civil,
com o objetivo de dar o acolhimento e atendimento à mulher”, afirma a diretora
de Políticas para Mulheres da SPMJ, Fernanda Maria Cerqueira.
Ela ressalta, ainda, a
articulação da SPMJ com os órgãos e autarquias municipais, principalmente com a
Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), com separação dos banheiros
masculinos e femininos; a Guarda Civil Municipal (GCM), na prevenção e também
com a disponibilização ágil de guarnições para as situações de violência; e com
a Diretoria de Iluminação Pública (Dsip) da Secretaria Municipal de Ordem
Pública (Dsip/Semop), com o objetivo de que a cidade esteja mais iluminada.
“Isso é muito importante,
porque a gente identifica, enquanto dado, que o Carnaval é uma festa feminina.
A maioria das pessoas que vai para a folia é mulher. E há necessidade, sim, de
termos esse olhar de proteção e cuidado, afinal a mulher está na rua, mas não é
de ninguém. Ela é uma foliã, precisa estar em um espaço seguro e precisa se
divertir”, acrescenta Fernanda Cerqueira.
Observatório –
O Carnaval de Salvador também conta com o Observatório da Discriminação Racial,
LGBT e Violência contra a Mulher, que mantém atuação contínua, todos os dias da
folia, fazendo um mapeamento e registro das ocorrências de violência contra as
mulheres. Pioneiro no Brasil, o observatório é coordenado pela Secretaria
Municipal da Reparação (Semur) e pela SPMJ, com o objetivo de construir
indicadores que sejam utilizados como subsídios para a formulação e implantação
de políticas públicas.