Projeto de Autoria da Vereadora Marta Ladeira da Praça passa se chama Ladeira Revolta dos Malês

A ladeira que liga a Praça
Municipal à Baixa dos Sapateiros, localizada em frente à Prefeitura de
Salvador, recebeu, no sábado (25), uma nova placa com a atualização de seu
nome oficial: Ladeira Revolta dos Malês.
A mudança atende à
determinação da Lei nº 9.814/2024, originada de um projeto de lei da vereadora
Marta Rodrigues (PT), que alterou o nome da “Ladeira da Praça” para “Ladeira
Revolta dos Malês”. A lei foi sancionada pelo prefeito Bruno Reis em 2 de maio de
2024.
O ato de instalação da nova
placa, realizado por agentes da Prefeitura, contou com a presença de
personalidades baianas, autoridades e representantes do movimento negro. Entre
eles estavam o cineasta Antônio Olavo, o professor e historiador João José Reis,
o historiador Raimundo Bujão, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e o
padre Lázaro, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Também
prestigiaram o evento as reitoras do IFBA e da UNEB, Luzia Mota e Mirian Reis,
respectivamente, além dos diretores de escolas da rede estadual.
A vereadora Marta Rodrigues
comemorou a mudança, considerando-a um marco na representatividade histórica de
Salvador: “É muito importante que o legado do povo negro seja lembrado e
reverenciado”.
História
Situada entre a Câmara de Vereadores e o Corpo de Bombeiros, a ladeira foi
palco de um levante organizado por um grupo de muçulmanos escravizados e
libertos, culminando na Revolta dos Malês, em 25 de janeiro de 1835.
Na justificativa de sua
proposta, a vereadora enfatizou que a mudança do nome representa a valorização
dos “heróis nacionais” e a reafirmação da “representatividade do povo negro,
frequentemente alvo de tentativa de apagamento histórico e cultural”.
Marta, que presidiu a
Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de
Salvador na legislatura passada, explicou que o projeto de lei foi apresentado
em 2022.
Segundo ela, a Revolta dos
Malês foi um dos movimentos mais marcantes na luta pelo fim da escravidão e
simboliza a resistência do povo negro em busca de liberdade.
“Os rebeldes haviam planejado
o levante para as primeiras horas da manhã do dia 25, mas foram denunciados.
Uma patrulha chegou a uma casa na Ladeira da Praça onde o grupo estava reunido.
Ao tentar arrombar a porta, os soldados foram atacados pela saída repentina de
cerca de 60 guerreiros africanos”, relatou Marta.