Câncer de pâncreas: entenda doença
De acordo com o Instituto
Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pâncreas é um tipo de tumor maligno que
normalmente não leva ao aparecimento de sinais e sintomas em estágios iniciais,
mas apresenta alta taxa de mortalidade exatamente em razão do diagnóstico
tardio.
Fatores de risco
Segundo o Inca, é possível
identificar fatores de risco hereditários e não hereditários para o
desenvolvimento do câncer de pâncreas – sendo que apenas algo em torno de 10% a
15% dos casos decorre de fatores de risco hereditários, incluindo síndromes de predisposição
genética como:
- câncer de mama e de ovário
hereditários associados aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2;
- síndrome de Peutz-Jeghers
- síndrome de pancreatite
hereditária
Já os fatores de risco não
hereditários incluem o tabagismo; o excesso de gordura corporal (sobrepeso e
obesidade); diabetes mellitus; e pancreatite crônica não hereditária. “Os
fatores de risco não hereditários são passíveis de modificação, pois relacionam-se,
em grande parte, ao estilo de vida”, destaca o instituto.
Exposição a solventes,
tetracloroetileno, estireno, cloreto de vinila, epicloridrina, HPA e
agrotóxicos também apresentam associações com o câncer de pâncreas.
Agricultores, trabalhadores de manutenção predial e da indústria de petróleo
são os grupos mais exposição a essas substâncias e apresentam risco aumentado
para o desenvolvimento da doença.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas mais
comuns do câncer de pâncreas são fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor
abdominal, urina escura, olhos e pele de cor amarela, náuseas e dores nas
costas. Essa variedade de sinais e sintomas, entretanto, não são específicos do
câncer de pâncreas – e esse é um dos fatores que colabora para o diagnóstico
tardio da doença.
“Vale chamar atenção para o
diabetes, que tanto pode ser um fator de risco para o câncer de pâncreas, como
uma manifestação clínica que antecede o diagnóstico da neoplasia. Assim, o
surgimento recente de diabetes em adultos pode ser uma eventual antecipação do
diagnóstico do câncer pancreático”, alerta o Inca.
Detecção precoce
A detecção precoce de
qualquer tipo de câncer é uma estratégia utilizada para encontrar tumores em
fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido.
A detecção precoce, de acordo
com o Inca, pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais,
endoscópicos ou radiológicos de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da
doença, ou mesmo de pessoas sem sinais ou sintomas, mas que pertencem a grupos
com maior chance de ter a doença.
“Não há evidência científica
de que o rastreamento do câncer de pâncreas traga mais benefícios do que riscos
e, portanto, até o momento, ele não é recomendado”, destaca o instituto.
Já o diagnóstico precoce
desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, já que a maioria dos
pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença.
Diagnóstico
Segundo o Inca, não existem
sinais ou sintomas específicos cuja presença seja sinônimo de diagnóstico de
câncer de pâncreas. Exames de imagem, como ultrassonografia (convencional ou
endoscópica), tomografia computadorizada e ressonância magnética, são métodos
utilizados no processo diagnóstico.
Além disso, exames de sangue,
incluindo a dosagem do antígeno carbohidrato Ca 19.9, podem auxiliar no
raciocínio diagnóstico. O laudo histopatológico, obtido após biópsia de
material ou da peça cirúrgica, define o diagnóstico.
Tratamento
O tratamento para o câncer de
pâncreas depende do laudo histopatológico (tipo de tumor), da avaliação clínica
do paciente e dos exames. O estado geral em que o paciente se encontra no
momento do diagnóstico, de acordo com o instituto, é considerado fundamental no
processo de definição terapêutica.
“A cirurgia, único método
capaz de oferecer chance curativa, é possível em uma minoria dos casos, pelo
fato de, na maioria das vezes, o diagnóstico ser feito em fase avançada da
doença. Nos casos em que a cirurgia não é apropriada, a radioterapia e a quimioterapia
são as formas de tratamento, associadas a todo o suporte necessário para
minimizar os transtornos gerados pela doença.”
Prevenção
A melhor forma de se prevenir
o câncer de pâncreas, segundo o Inca, é assumir um estilo de vida saudável,
incluindo as seguintes orientações:
- evitar a exposição ao
tabaco da forma ativa e passiva;
- manter o peso corporal
adequado, já que o excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade) também
são fatores de risco para desenvolver diabetes, que aumenta o risco para câncer
de pâncreas.