MPBA aciona a VirtusPay por descumprir contrato e não pagar clientes
O Ministério Público da Bahia
ajuizou ontem, dia 10, ação civil pública contra a VirtusPay por descumprir
contrato e deixar de pagar os valores referentes às faturas dos cartões de
crédito cedidos por consumidores. Segundo o promotor de Justiça Saulo Mattos,
autor da ação, ela não paga aos consumidores, desde julho de 2022, os valores
correspondentes aos limites dos seus cartões de crédito cedidos à empresa,
utilizados por ela como empréstimos, fornecendo serviço de parcelamento de
compras online a clientes sem cartão.
Conforme a ação, o
parcelamento era feito via emissão de boletos e os consumidores que cederam os
cartões, além de não conseguirem pagar as faturas, também foram prejudicados ao
perder os benefícios decorrentes do uso do limite, como o acúmulo de milhas. O
promotor Saulo Mattos informou que, em pesquisa realizada no site Reclame Aqui,
sobre ‘limite do cartão’, foram encontradas 59 reclamações contra a VirtusPay.
O MPBA requereu que a
VirtusPay seja obrigada a suspender a celebração de novos contratos relativos
ao empréstimo do limite do cartão de crédito das pessoas físicas até a
comprovação de ressarcimento de todos os consumidores lesados; e apresente a
relação com todos os consumidores prejudicados pelo descumprimento contratual e
ausência de transferência dos valores utilizados nos cartões, indicando quais
já receberam a restituição, quais encontram-se pendentes e os respectivos
valores devidos, bem como apresente os respectivos documentos comprobatórios
dos valores dos débitos e de eventuais quitações.
Também foi acionada a empresa
PayU Brasil, que oferecia o serviço da plataforma online para as transações
comerciais realizadas pela VirtusPay nos cartões de créditos das pessoas
físicas. De acordo com a ação, a VirtusPay informou ter decidido interromper o
serviço de parcelamento, mas que teve negado pela PayU o pedido de cancelamento
das transações programadas na plataforma.
Segundo a ação, a PayU alegou
não ter envolvimento na relação entre os consumidores e a VirtusPay e que,
sobre a negativa de cancelamento, ficou impossibilitada de cancelar as
transações vencidas antes de 21 de julho de 2022, por não haver pagamento da VirtusPay
para restituir aos portadores os valores já processados.