Espetáculo do Balé Folclórico abre festejos do 2 de Julho em Salvador
O espetáculo “Aos Pés do
Caboclo”, do Balé Folclórico da Bahia, abre a programação dos festejos do 2 de
Julho deste ano em Salvador. A apresentação, inspirada na obra da coreógrafa
Lia Robatto, será realizada no sábado (29), às 19h, com reprise no domingo
(30), no mesmo horário, na Praça do Campo Grande.
O fundador e diretor-geral da
companhia, Vavá Botelho, contou que a ideia surgiu através do presidente da
Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, que o convidou para
montar um espetáculo comemorativo à data. “Aí ele veio com uma segunda proposta,
de fazer alusão ao espetáculo criado por Lia Robatto nos anos 1970, chamado ‘Ao
Pé do Caboclo’. Tive a sorte de assistir e era um espetáculo de dança
contemporânea, com engajamento relativo à época que se vivia naquele momento”,
disse.
De acordo com o diretor, o
espetáculo começava no Teatro Castro Alves e finalizava no monumento na Praça
do Campo Grande, passeando entre as pessoas, que interagiam livremente como
parte do espetáculo. “E quando Guerreiro me passou a ideia, eu achei maravilhoso.
“Teremos 110 artistas no palco e 20 pessoas na orquestra, com coletivos
indígenas de diversos lugares do Brasil, povos originários como convidados,
para fazer um grande espetáculo”, declarou Botelho.
Ele ainda revelou que Lia
Robatto foi uma das pessoas que mais o inspiraram na carreira. “Pude não só
assistir aos espetáculos dela, mas trabalhar com ela. Não vamos reproduzir o
que foi feito nos anos 1970, porque é outra proposta, mas vamos homenagear Lia
apresentando no mesmo lugar, aos pés do caboclo”, finalizou.
A coreógrafa Lia Robatto não
escondeu a alegria ao saber da homenagem. “Eu fiquei super feliz, tanto que,
por coincidência, a gente está indo para um festival em Cuba no dia seguinte ao
espetáculo, e me convidaram para fazer uma palestra sobre o ‘Ao Pé do Caboclo’,
que eu fiz há quase 50 anos e que Vavá agora traz uma nova versão, à maneira
dele. O 2 de Julho me inspirou a fazer o espetáculo por refletir a mestiçagem
da Bahia, tanto étnica quanto cultural. Quero agradecer a Fernando Guerreiro,
que sempre falou desse meu espetáculo, que foi impulsionador para ele quando
adolescente, e foi quando ele decidiu fazer teatro”, disse.
O presidente da FGM lembrou
que, desde 2023, a fundação implementou no 2 de Julho a exibição de
apresentações de dança e teatro – a primeira empreitada foi considerada um
sucesso, com o Bando de Teatro Olodum. Ele relatou que, no caso de ‘Ao Pé do
Caboclo’, a peça faz parte de uma trilogia de Lia Robatto, que fazia
espetáculos em locais inusitados – este, especificamente, foi apresentado em
novembro de 1977, mesma época em que o próprio Guerreiro começou o primeiro
curso de teatro.