MP do governo beneficia empresa do grupo J&F
Uma medida provisória enviada
pelo governo federal ao Congresso Nacional neste mês de junho para alterar uma
série de regras no mercado de energia do Amazonas tem gerado questionamentos de
representantes dos consumidores por, entre outros motivos, causar impactos nas
tarifas de luz.
A iniciativa beneficia, na
prática, uma empresa do grupo J&F – da família dos irmãos Joesley e Wesley
Batista.
O texto com as mudanças foi
publicado pelo governo poucos dias após uma operação de R$ 4,7 bilhões da
Âmbar, empresa de energia do grupo J&F (também dono da gigante de carnes
JBS). A companhia comprou um conjunto de usinas termelétricas no estado, até
então pertencentes à Eletrobras.
Conforme mostrou a Folha, a
medida do governo faz com que a geração dessas termelétricas pare de ser
parcialmente paga pela distribuidora local, a Amazonas Energia, e passe a ser
totalmente bancada pelo conjunto de consumidores do Sistema Interligado Nacional.
A justificativa do Executivo
federal é tornar viável a concessão de distribuição e evitar um cenário ainda
pior, de caducidade.
Para 2024, a energia das
térmicas incluídas na medida tem um custo estimado pelo mercado em R$ 2,7
bilhões. Hoje essa conta é coberta em menor parte pela companhia e, em maior
parte, por subsídios pagos pelos consumidores pertencentes ao chamado mercado regulado
do país (onde está a maior parte dos consumidores residenciais).