Presidente da CNI criticou relação com Haddad
Também
segundo relatos, Alban teria reclamado a Lula de dificuldade de negociação com
Haddad. O próprio presidente reclamou da desarticulação em torno da proposta,
chegando a afirmar que prevaleceu a narrativa de que o agronegócio seria
atingido.
Apesar da devolução, a indústria continua insatisfeita com a
falta de interlocução com o Ministério da Fazenda. Queixam-se de que, mesmo
depois da polêmica, Haddad continue ouvindo mais o mercado financeiro do que os
empresários. Um interlocutor influente do indústria diz, de forma irônica, que
Haddad está querendo fazer “supletivo” com o mercado financeiro, enquanto o
setor, na verdade, nunca apoiou o governo Lula.
Ainda na
interpretação desse industrial, o mercado será o primeiro a apoiar a oposição
liberal nas próximas eleições, vide a articulação em torno do presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicano).
A leitura é que as relações estão desequilibradas. Um dos pontos
reforçados é que há setores da indústria que foram os primeiros apoiadores de
Lula na campanha de 2022. Não haveria problema de interlocução com o Alckmin e
o BNDES, mas faltaria gente na equipe de Haddad que de fato tenha canal com os
empresários.
Na avaliação de uma fonte da indústria paulista, Haddad, como
responsável pela condução da política econômica, precisa liderar esse diálogo.
Segundo representantes do setor, Alban foi autorizado por Lula a
anunciar a desistência da MP, que foi devolvida pelo presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com aval do governo. Durante reunião com empresários,
Alban deu o recado de Lula de que o governo barraria se a MP não fosse
devolvida.
Entre os empresários da indústria, há críticas disparadas a
Costa pela falta de articulação do ministro da Casa Civil com o setor produtivo
e por ter uma agenda própria para o seu estado, a Bahia. A Casa Civil do
governo não estaria cumprindo o seu papel de organizar o governo e apoiar a
coordenação política.