Atuação de policiais militares nas ‘guerras de espadas’ é discutida em capacitação sobre Direitos Humanos
O
enfrentamento às violações de direitos no São João da Bahia 2024 mobilizou as
forças de segurança do Estado para participar da ‘Formação em Direitos
Humanos’, nesta segunda (17), no Centro de Operações e Inteligência (COI), em
Salvador. Dentro da ação estratégica da Secretaria de Justiça e Direitos
Humanos (SJDH), através do projeto ‘Direitos Humanos em Eventos Populares’, a
capacitação ocorreu pela primeira vez para os policiais militares que vão atuar
nas festas juninas do estado. A proposta é qualificar a abordagem policial,
promover o acolhimento, a proteção e a garantia dos direitos dos baianos e
turistas que aproveitam o período.
Cento e trinta (130) policiais militares
participaram da atividade, que teve carga horária de 10 horas. Um dos temas
tratou sobre os cuidados na abordagem policial nas ‘guerras de espadas’,
visando orientar a corporação, sob a ótica da proteção e defesa dos direitos
humanos dos espadeiros, para garantir o cumprimento da legislação, respeitando
as tradições locais. A fala sobre o assunto foi feita pela jornalista Flávia
Vieira, cujo vídeo foi exibido apresentando a perspectiva da comunidade sobre a
tradição.
“Sou
filha de espadeiro e fiz meu trabalho de graduação na universidade sobre a
necessidade de ver reconhecida a prática cultural de soltar o folguedo como uma
tradição centenária, conforme reivindica a Associação de Espadeiros de Cruz das
Almas, que propõe a instituição de um projeto que regulamente a produção e a
soltura do artifício”, declarou a jornalista.
Outros pontos da capacitação destacaram a
importância de promover a inclusão social, acessibilidade, diversidade e de
enfrentar situações de violações de direitos como trabalho infantil,
negligência, violência física e sexual, racismo, capacitismo e LGBTfobia.
“Sabemos que os grandes eventos populares têm
uma grande importância para a comunidade. O nosso objetivo é alcançar os
policiais militares que vão atuar nas festas juninas e falar sobre as temáticas
dos direitos humanos. Esse é um momento em que a SJDH tira dúvidas relacionadas
à legislação e orienta a abordagem de grupo vulneráveis nos eventos populares”,
ressaltou a coordenadora Executiva da Superintendência de Defesa e Apoio aos
Direitos Humanos (SUDH/SJDH), Lucinea Rocha.