Bruna Alexandre se torna a primeira atleta paralímpica brasileira da história convocada para Jogos Olímpicos
A
convocação oficial do tênis de mesa brasileiro para os Jogos Olímpicos de
Paris, nesta terça-feira, 4 de junho, referendou uma notícia inédita e
aguardada por pelo menos duas décadas por uma catarinense de Criciúma. Aos 29
anos, Bruna Alexandre vai se tornar na França a primeira atleta paralímpica da
história do esporte brasileiro a disputar uma edição de Jogos Olímpicos.
A
esportista, que aos seis meses de vida teve que amputar o braço direito em
função de uma trombose provocada por injeção mal aplicada, tem uma consagrada
carreira na classe 10 em Jogos Paralímpicos. Prata em Tóquio (2021) e bronze
nos Jogos Rio 2016 no individual, tem ainda dois bronzes por equipes e
frequenta com assiduidade o top 5 do mundo.
Mas
Bruna também tem amplo currículo entre os olímpicos. É bicampeã brasileira. Foi
medalhista de bronze por equipes no Pan de Santiago, no Chile, ano passado, ao
lado das irmãs Bruna e Giulia Takahashi. Na volta do evento, em que também foi
a primeira brasileira paralímpica na história da vertente olímpica do torneio
continental, foi recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio
do Planalto. É a atual número 173 do ranking mundial, mesmo não disputando
exclusivamente a modalidade olímpica.
SELETO
GRUPO - Em Paris, ela vai se juntar a um seletíssimo grupo de
três atletas de todo o planeta que já disputaram Jogos Olímpicos e
Paralímpicos. Os outros dois são o sul-africano Oscar Pistorius, do atletismo,
e a polonesa Natalia Partyka, tetracampeã paralímpica no individual do tênis de
mesa (2004, 2008, 2012 e 2016). Ela já disputou três edições de Jogos Olímpicos
pela seleção de seu país.
"Para
mim, é um significado muito grande, simbólico. É o campeonato mais importante,
o maior do mundo. É muito difícil conseguir. Desde pequena sempre tive esse
sonho de disputar os Jogos Olímpicos, mas sabia que seria difícil. Achava que
não ia conseguir. E, depois de 22 anos de treinos, hoje estou realizando um dos
maiores sonhos da minha carreira", disse Bruna.
Terceira
colocada por equipes ao lado de Bruna nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e Tóquio
2021, Danielle Rauen define a conquista da parceira como um momento histórico
para a modalidade e para o esporte adaptado brasileiro. "Ela já vinha
almejando isso há anos e finalmente chegou o momento. Alegria dela, alegria
nossa, do movimento paralímpico, de todo mundo que acompanha, que torce por
ela. Mas acho que mais ainda por essa representatividade, né? A Bruna é a
primeira atleta paralímpica a ser convocada para Jogos Olímpicos na história do
Brasil. Isso carrega história, trabalho de alto rendimento no paralímpico,
trabalho dela, dos técnicos", listou Danielle.