Senado renova cotas para negros inclui indígenas e quilombola em concursos
A proposta, que é um texto alternativo do relator
Humberto Costa (PT-PE) ao projeto apresentado originalmente pelo senador Paulo
Paim (PT-RS), foi apresentada para substituir a Lei 12.990, de 2014. A norma, sancionada em 9 de junho
daquele ano e publicada no dia seguinte, prevê validade de 10 anos para a
política afirmativa.
Caso não sejam renovadas, as cotas perdem a
validade, abrindo brecha para a realização de concursos sem a reserva de vagas
específicas para pessoas pardas e pretas o que pode levar à judicialização de certames
como o Concurso Nacional Unificado (CNU).
‘’Isto é uma política reparatória, compensatória.
Se a maioria dos negros são pobres, é claro que as cotas são também sociais. A
política de cotas vai permitir que com o tempo nós tenhamos pelo menos 30% de
negros no serviço público disse Paim, ao defender a prorrogação das cotas’’.
O texto passou pela Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) no dia 8 de maio e seguiria diretamente para a Câmara dos
Deputados, mas senadores da oposição apresentaram recurso, o que levou o
projeto para análise do Plenário. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou uma
emenda para alterar o texto e substituir as cotas raciais por cotas sociais,
mas senadores rejeitaram a votação da emenda.
Eu insisto em trazer também aqui a conversão
dessas cotas em concursos públicos para cotas sociais, que são muito mais
justas e atendem aos pobres como um todo, independentemente da cor da pele. A
gente sabe que o grande problema que provoca essa desigualdade numa competição
como um concurso público ou um vestibular é fruto de uma escola pública
fundamental de má qualidade defendeu Flávio.
Em resposta, Humberto Costa destacou que ainda
existe ampla desigualdade de representatividade no serviço público. Cerca de
35% dos vínculos do Executivo Federal são ocupados por pessoas negras
atualmente. O senador ressaltou que a maior parte da população pobre é composta
por pessoas negras, fatia que enfrenta maiores dificuldades de acesso a vagas
em concursos públicos.
Todos nós sabemos que a pobreza no Brasil é
negra, é parda, é indígena, principalmente, o que não significa que não existam
pessoas brancas que sejam pobres também, mas o grosso da pobreza no Brasil está
concentrado nesses segmentos respondeu o parlamentar, que acatou uma série de
emendas da oposição na CCJ.
Fonte: Agência Senado